quarta-feira, 25 de março de 2015

América do Norte e do Sul



História da América do Sul

Mapa da América do Sul, de 1892.
A História da América do Sul é marcada por uma tendência de ascensão e declínio de impérios e dominações estrangeiras, desde a derrocada dos Incas, colonização e as guerras de independência, até mais recentemente, por sucessivas ondas de ditaduras e redemocratização. Apesar disso, embora muitas vezes se tratem os países do continente como bastante similares e politicamente ligados, estes processos políticos não ocorreram de forma homogênea em todos os países — dos quais são exceções notáveis, ao longo dos séculos, o Brasil e as Guianas.

Pré-HistóriaEditar
A América do Sul foi provavelmente o último continente do planeta a ser habitado por humanos, à exceção da Antártida. Segundo a teoria paleontológica mais consolidada, os primeiros habitantes do continente teriam chegado por terra, vindos da América do Norte e, antes disso, da Ásia por meio de uma ponte de gelo existente entre os dois continentes na última Era Glacial. Outras teorias, no entanto, especulam que a América do Sul poderia ter sido povoada por polinésios que teriam atravessado o Oceano Pacífico em jangadas de bambu.
As primeiras evidências de ocupação humana datam de 6500 a.C., por vestígios de agricultura: batata e feijão eram cultivados na bacia do Amazonas. Outros vestígios, de cerâmica, indicam que o cultivo da mandioca (até hoje alimento básico no continente) existiu desde pelo menos 2000 a.C.. Nesta época, já havia várias aldeias nos Andes e arredores.
Nos rios e no litoral (principalmente no Pacífico), consolidou-se a pesca, que ajudou a ampliar a base alimentar. Lhamas e alpacas foram domesticados a partir de 3500 a.C., servindo para a produção de carne, lã e como transporte.
Por volta do ano 1000, mais de dez milhões de pessoas habitavam o continente, concentrados principalmente na Cordilheira dos Andes e no litoral norte, banhado pelo Mar do Caribe. As demais regiões eram de povoamento mais esparso e nômade, como a Amazônia, o litoral Atlântico, o Planalto Central, o Altiplano, o Chaco e, finalmente, os Pampas, a Patagônia e o Atacama no chamado Cone Sul.

Civilizações nativasEditar



Machu Picchu, construção inca.
Os chibchas ou muíscas foram uma das principais civilizações indígenas pré-incaicas, concentrados na atual Colômbia. Lá estabeleceram uma confederação de vários clãs (cacicazgos) com uma rede de comércio entre elas, além de ourives e agricultores. Junto com os quíchua nos Andes e os aimarás no Altiplano, formavam os três grupos sedentários mais importantes do continente.
A cultura Chavín, no atual Peru, estabeleceu uma rede comercial e agricultura desenvolvida a partir de 900 a.C., de acordo com estimativas e descobertas arqueológicas. Foram encontrados artefatos num sítio chamado Chavín de Huantar, a uma altitude de 3.177 metros. A civilização durou até 300 a.C..
Além destes e antes dos incas, houve outras civilizações (povos organizados em cidades, não em tribos e aldeias) sul-americanas, como os caral-supe ou Norte Chico (2500 a.C. - 1500 a.C., no centro do Peru), a cultura de Valdivia (no Equador), os moche (100 a.C. - 700 d.C., no litoral norte do Peru), a cultura tihuanaco ou tiwanaku (100 a.C. - 1200 a.C., na Bolívia), a cultura Paracas-Nazca (400 a.C. - 800 d.C., no Peru), o Império Huari (600 - 1200 d.C., no centro e norte do Peru), o Império Chimu (1300 - 1470, litoral norte peruano), os chachapoyas (1000 - 1450, na Bolívia e sul do Peru).
Outros povos importantes mas que não chegaram a ser civilizações eram os tupi (do litoral Atlântico à Amazônia), os guarani (na bacia do rio Paraná), os jê (na Amazônia e Planalto Central), os aruaques e caribes (no Planalto das Guianas e litoral caribenho), os mapuches (na Patagônia) e os aimarás (no Altiplano).

1100-1532: Ascensão do Império IncaEditar



Inca Roca
Originalmente, os incas eram um clã específico entre o povo quíchua (ou quéchua), que habitava os Andes. Estes eram uma civilização, de fato, na medida em que construíam e viviam em cidades (diferentemente dos indígenas da Amazônia e do Atlântico). Baseados em Cuzco, eles ascenderam ao poder e formaram um exército poderoso o suficiente para subjugar outras tribos e povos vizinhos, como os aimarás, os chibcha, os moche e os chavín, entre outros.
Enquanto a Europa vivia o período da Idade Média, os incas formaram um império que se estendia pela maior parte do litoral ocidental (Oceano Pacífico) do continente. Embora sem conhecerem a escrita nem a roda, os incas e os povos subjugados construíram um Estado altamente avançado, de administração centralizada, com sistemas de estradas, irrigações, cidades e palácios, e relações com os povos ao redor semelhantes às que havia entre os romanos e os "bárbaros" e "federados". O império era chamado de Tahuantinsuyu, ou "Estado dos quatro cantos do mundo".
Em 1530, o Império Inca estava em seu auge, com o imperador Huayna Capac. Este, no entanto, ao morrer deixou como herança um império partilhado entre seus filhos Huáscar (com o sul) e Atahuallpa (com o norte), o que ocasionou uma guerra civil entre os dois irmãos. Foi nesse contexto que os Espanhóis chegaram.

1532-1580: Conquista IbéricaEditar
De acordo com registros não-oficiais, o primeiro registro visual do continente por europeus aconteceu em 1498, pelo navegador português Duarte Pacheco Pereira. Nos anos seguintes, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, o genovês Cristóvão Colombo e o português Fernão de Magalhães, todos a serviço de Castela, costearam e exploraram o litoral sul-americano em diferentes pontos. Em 1500, Pedro Álvares Cabral chega oficialmente ao Brasil e toma posse da nova terra para Portugal. Explorações continuaram nos anos seguintes, com Sebastião Caboto, Diogo Botelho Pereira, Nicolau Coelho, Alonso de Ojeda, Francisco de Orellana, entre outros.
Em 1494, face ao achamento do Novo Mundo por Colombo, Portugal e Castela se apressaram em negociar a partilha das novas terras. A divisão do planeta em dois hemisférios foli oficializada no Tratado de Tordesilhas, auspiciado pelo papa espanhol Alexandre VI. As demais potências europeias, como a França, no entanto, se recusaram a aceitar validade do tratado, como explicitado na declaração do rei Francisco I de França, que ironizou os reinos ibéricos por não ter visto "o testamento de Adão" que lhes legava de herança o mundo inteiro. Na mesma intenção, o britânico Walter Raleigh explorou a costa norte do continente, do Orinoco ao Amazonas.



Tropas de Pizarro atacando os incas.
Os espanhóis, estimulados pelo sucesso de Cortés no México (contra os astecas), descem pelo Panamá e desembarcaram na costa do Império Inca, liderados por Francisco Pizarro, Gonzalo Pizarro, Hernando de Soto e Diego de Almagro. Numa rápida guerra, seqüestraram e executaram o imperador, Atahuallpa, e destróem o maior Estado da América de então. As décadas seguintes assistiram ao massacre sistemático e ao genocídio dos povos nativos (por meio de ataques ou transmissão de doenças contra as quais não tinham imunidade), especialmente nas zonas de ocupação portuguesa, onde até hoje a população indígena foi praticamente aniquilada e não deixou vestígios nos traços étnicos da população. A conquista resultou num violento decréscimo demográfico, reduzindo drasticamente a população do continente.



Ruínas da missão de São Miguel.
A América do Sul ficou dividida praticamente entre os dois reinos ibéricos, com áreas de colonização litorânea ocidental-pacífica para Castela e a oriental-atlântica para Portugal. Espanhóis se instalaram no Prata, no Caribe e nos Andes, utilizando a infraestrutura de cidades e transportes dos incas, além de iniciar a exploração de minas de prata em locais como Potosí. Já os portugueses investiram principalmente no extrativismo de pau-brasil e, mais tarde, na plantação de cana-de-açúcar. A ocupação portuguesa, a princípio, foi exclusivamente concentrada na faixa litorânea. O planalto das Guianas foi ocupado por ingleses (no Orinoco e Essequibo) e franceses (no Oiapoque e Maroni), mais tarde acrescentados dos holandeses.
A colonização ibérica também trouxe o proselitismo religioso, com a fundação de missões católicas para conversão dos nativos. O trabalho foi conduzido especialmente pelos jesuítas, membros da Companhia de Jesus fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. Os jesuítas, como Bartolomeu de las Casas, tiveram papel fundamental na defesa dos indígenas contra a exploração por trabalho escravo. Povos como os guarani, na bacia do Paraná, foram protegidos durante três séculos pelos missionários. Isso estimulou a compra de africanos para trabalhar nas áreas de colonização (principalmente de plantação de cana-de-açúcar), o que fez crescer o tráfico negreiro da África para a América do Sul.

1580-1703: Disputas ColoniaisEditar



Mapa da América do Sul, de 1575.
A União Ibérica, formada a partir de 1580, extingue na prática as fronteiras das zonas de colonização na América do Sul, alterando profundamente a dicotomia de ocupação até então existente entre lusos e castelhanos. Os dois povos, subordinados à mesma coroa, ganham a permissão de transitar livremente entre as duas áreas colonizadas — embora, na prática, o intercâmbio humano seja pouco.
A principal mudança da União Ibérica é que Portugal passa a ser inimiga dos adversários da Espanha, como Inglaterra e as recém-emancipadas Províncias Unidas dos Países Baixos. Com isso, potências como Inglaterra, França e Holanda invadiram e ocuparam áreas de dominação dos reinos ibéricos, como na Guiana, em Pernambuco e nas ilhas Malvinas, além de várias ilhas no Caribe. Os espanhóis não recuperam mais estas terras, enquanto os portugueses só conseguem expulsar os invasores após a recuperação da independência com a Revolução de 1640 (ver Guerra contra os holandeses).
A divisão administrativa das colônias criou, do lado espanhol, o Vice-Reino do Prata (atuais Argentina, Uruguai e Paraguai), o Vice-Reino de Nova Granada (atuais Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá), o Vice-Reino do Peru (atuais Peru, Bolívia e norte do Chile) e a Capitania Geral do Chile, enquanto o lado português teve o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil, depois unificados sob o Vice-Reino do Brasil.
Aos poucos, surgiu uma nova classe social e étnica, a partir da miscigenação entre colonos ibéricos e os índios: os mestiços ou gentio (na América Portuguesa) e os mestizos ou criollos (na América Hispânica). Nas áreas de escravidão, ocorreu o mesmo entre europeus e africanos, dando origem aos mulatos, cafuzos e mamelucos. Assim como os nativos, os mestiços eram forçados a pagar impostos abusivos, mas tinham mais acesso à cultura e de certa forma se viam herdeiros do patrimônio cultural católico e europeu. Aos poucos, esta "casta" começou a se rebelar contra o sistema de dominação colonial.

1703-1810: Revoltas ColoniaisEditar
O século XVIII viu as revoltas de Tupac Amaru, no Peru, de Tupac Katari, no Alto Peru (Bolívia) e de Felipe dos Santos e a Inconfidência Mineira, no Brasil, contra as injustiças cometidas pelo governo colonial. As revoltas foram uma reação à política do despotismo esclarecido que, a partir da Europa, tentava maximizar os lucros obtidos com a exploração em suas colônias, especialmente na área mineral (ouro, prata e diamantes).
Os tratados de Utrecht, em 1713, e de Madri, em 1750, procuram delimitar as novas fronteiras da divisão do continente entre as duas monarquias ibéricas, sem contudo conter novos conflitos. No século XVII, as missões jesuíticas no Paraná e Paraguai começaram a ser incômodas para os colonizadores, que ainda pretendiam usar os indígenas como escravos. A disputa levou às Guerras Guaraníticas, só terminada com o Tratado de Santo Ildefonso, em 1777.

1810-1828: Libertação Sul-AmericanaEditar



Formação dos estados sul-americanos de 1700 até hoje.
As Guerras Napoleônicas submeteram Portugal e Espanha à ocupação (e, no caso desta última, ao domínio político) por parte da França, então em guerra contra a Inglaterra. Isto levou ingleses a atacarem terras sul-americanas sob controle espanhol, como no bombardeio a Buenos Aires, em 1810. O fato de o trono em Madri estar ocupado por um fantoche de Napoleão foi aproveitado pelas colônias hispânicas para ignorar a autoridade da metrópole e agir com maior autonomia. O caso português, no entanto, era ímpar, pelo fato de o trono ter-se transferido oficialmente para território da colônia no Brasil (elevado à categoria de reino em 1815). Com a restauração das monarquias soberanas, entre 1811 e 1814, os colonizadores tentaram restaurar o sistema rígido colonial, o que provocou revoltas.
O bacharel Simón Bolívar, nascido na Nova Granada e que estudara na Europa, e o platino José de San Martín, além de Bernardo O'Higgins do Chile, se encarregam de organizar os exércitos coloniais que enfrentam, durante quase 10 anos, as tropas enviadas por Madri para garantir o controle sobre a América. Pouco a pouco, libertam e conquistam, militarmente, a independência dos vários vice-reinados e capitanias sul-americanos, que passam a ser repúblicas.
No Brasil, a independência foi batalhada entre 1817 e 1825 (ano do reconhecimento por Portugal) por representantes das elites nativas, principalmente na Bahia, em Pernambuco e em São Paulo, por nomes como Cipriano Barata, Frei Caneca e José Bonifácio, mas acabou só sendo efetivada por iniciativa do próprio herdeiro do trono colonizador, o então príncipe-regente Pedro de Alcântara que se coroou imperador Dom Pedro I em 1822.
As Guianas inglesa, holandesa e francesa continuaram sob suas metrópoles. As duas primeiras só ficariam independentes na segunda metade do século XX (Guiana em 1966 e Suriname em 1975), enquanto a terceira ainda é um departamento ultramarino da França.

1828-1870: Fragmentação e Imperialismo BritânicoEditar
Durante as lutas pela independência, a intenção dos libertadores era unificar toda a América Hispânica sob uma mesma república (pan-americanismo). O plano de Bolívar para a unificação da América fracassa logo em seguida ao Congresso do Panamá, para desgosto do Libertador. A própria Nova Granada[desambiguação necessária] se fragmenta em Colômbia, Venezuela e, mais tarde, Equador. O Peru e o Alto Peru se separam como Peru e Bolívia (nome dado em homenagem a Bolívar).
A América Portuguesa, por outro lado, se mantém íntegra — exceto pelo extremo sul, a província Cisplatina, que ganha independência em 1828 com o nome de Uruguai. A derrota na Guerra da Cisplatina (1825-1828) ajuda a desestabilizar o reinado de Dom Pedro I.
O Império Brasileiro se firma como potência regional, intervindo nos vizinhos platinos com as guerras contra Aguirre e contra Oribe e Rosas. Internamente, o país sofre com as revoltas do período regencial e com a Guerra dos Farrapos.
O imperialismo do Reino Unido contribui para atiçar as jovens nações sul-americanas umas contra as outras. Ao instalar empresas privadas com grandes recursos financeiros e incitar os governos a agir em favor de seus interesses, os britânicos provocam algumas das guerras no continente. A Guerra do Paraguai é uma delas, na qual Brasil, Argentina e Uruguai, aliados, enfrentam o poder militar e político do economicamente independente Paraguai. A guerra termina com o arrasamento da nação paraguaia e no endividamento dos países vencedores, o que precipita mudanças internas (no Brasil, o fortalecimento do exército ajuda a fortalecer a causa republicana).
O Chile enfrenta a aliança de Peru e Bolívia na Guerra do Pacífico (1879-1884), derrotando-os e ocupando território rico em minério. Nesse conflito, a Bolívia deixa de ter acesso ao mar. O país também perde território para o Brasil com a anexação do Acre, em 1903. O Peru, por outro lado, vence disputa territorial com o Equador pela Amazônia, reduzindo este país ao diminuto território no lado ocidental dos Andes.

1870-1930: CaudilhismoEditar
A partir da década de 1870, o continente viveu uma onda de governos autoritários e nacionalistas, liderados por figuras típicas da política latino-americana chamados de "caudilhos". A maioria governava com apoio das forças armadas e se manteve no poder por vários anos com dispositivos extra-constitucionais (golpes de Estado, cancelamento de eleições, presidências vitalícias, entre outros). Alguns deles foram:
◾Bartolomé Mitre
◾Juan Vicente Gómez na Venezuela
◾Manuel Montt e Jorge Montt no Chile
◾Augusto Leguía y Salcedo no Peru
Houve caudilhos tanto de caráter reformista quanto conservador. Alguns promoveram modernização econômica dando voz às classes urbanas, outros se voltaram para as classes tradicionais agrárias. De forma geral, a onda autoritária durou até a ascensão da burguesia industrial, na década de 1930. a america foi expandida para o sul da frança em 1935-1948 no bombardeio da colonia;

1930-1954: Populismo e Imperialismo dos EUAEditar
Os anos 1930 na América do Sul começaram sob o forte impacto da crise de 1929 e da Grande Depressão que se seguiu nos Estados Unidos, provocando conseqüências diretas nos países sul-americanos que tinham nos EUA o principal comprador de seus produtos e matérias-primas. Isso impulsionou a ascensão de regimes populistas e representantes da nova burguesia industrial, como os de Getúlio Vargas no Brasil e Juan Perón na Argentina. Entre 1932 e 1935, é travada a Guerra do Chaco, entre Bolívia e Paraguai, por campos de petróleo que se provaram inexistentes.
A suspeita de aproximação e o receio de alinhamento de alguns destes ditadores com as potências do Eixo, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, levam o governo dos EUA (sob Franklin Roosevelt e Harry Truman) a criarem e implementarem a Política da Boa Vizinhança para o continente, destinada a aumentar a influência econômica e cultural norte-americana sobre a América do Sul. É dentro desta política que são realizados investimentos como a construção da Companhia Siderúrgica Nacional no Brasil e as visitas de Orson Welles e Walt Disney a alguns países do continente, produzindo filmes como É tudo verdade, Alô, amigos e Você já foi à Bahia?. No mesmo contexto, Carmen Miranda é levada para atuar em Hollywood, criando no imaginário dos EUA um estereótipo sul-americano que perdura até hoje.

1954-1990: Ciclos MilitaresEditar
Ver artigo principal: Golpe de Estado, Intervencionismo
Durante a Guerra Fria, o anticomunismo dos EUA fez-se sentir na região. De 1946 a 1984, os Estados Unidos mantiveram no Panamá a Escola das Américas. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários futuros ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do Panamá Manuel Noriega, e Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar da Argentina. A partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de golpes de estado contra governos latino-americanos.[1] [2] Após a Revolução cubana, o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos EUA foram removidos do poder.
Em 1961, o presidente Kennedy criou a Aliança para o Progresso, para abrandar as tensões sociais e auxiliar no desenvolvimento econômico das nações latino-americanas. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto, pretendia-se afastar a possibilidade das nações da América Latina alinharem-se com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente Richard Nixon.
Golpes de Estado ocorridos na América do Sul neste período:
◾1954: Paraguai - Alfredo Stroessner assume à força o governo paraguaio e fica no poder até 1989.
◾1964: Golpe de Estado no Brasil: João Goulart foi deposto por uma revolta militar e exilou-se no Uruguai.
◾1973: Golpe de Estado no Chile: em 11 de Setembro de 1973, uma rebelião militar liderada por Augusto Pinochet e apoiada pelos EUA, depôs o presidente Salvador Allende.
De 1954 a 1976, praticamente todo o continente mergulhou em regimes militares, comandados por Alfredo Stroessner no Paraguai, Augusto Pinochet no Chile, Hugo Bánzer na Bolívia, Leopoldo Galtieri na Argentina, e pelos cinco marechais e generais brasileiros (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo). Vários destes governos colaboraram na Operação Condor.
As ditaduras são enfrentadas por movimentos guerrilheiros de esquerda, como o MR-8 e a ALN, no Brasil, os Tupamaros no Uruguai, a Mano Negra na Argentina, e o Sendero Luminoso e o MRTA no Peru. Na Colômbia, embora não esteja sob ditadura, as FARC e o ELN inciam uma guerra civil que dura quatro décadas e tomam controle sobre considerável parte do país.

1983-1999: Redemocratização e Experiências NeoliberaisEditar
O primeiro ciclo de redemocratização, a partir da metade da década de 1980, foi liderado por Raúl Alfonsín na Argentina, Patricio Aylwin no Chile, Alan García no Peru e Tancredo Neves e José Sarney no Brasil.
Num segundo momento, seus sucessores implementam reformas neoliberais seguindo as orientações do Fundo Monetário Internacional e do Consenso de Washington. A América do Sul vira um grande laboratório para as experiências neoliberais. Carlos Menem na Argentina, Eduardo Frey no Chile, Alberto Fujimori no Peru (que dá um golpe de Estado civil e fica no poder por 10 anos), e Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso no Brasil privatizam as empresas públicas, reduzem gastos sociais e abrem suas economias a investimentos externos, principalmente à especulação financeira. Em quase todos os casos, um surto de crescimento e importação é seguido por forte recessão econômica, queda da produtividade e desemprego, com empobrecimento da classe média.
A proposta de integração latino-americana é retomada no campo econômico, com a abolição gradual de barreiras alfandegárias e propostas para uniões monetárias. A Comunidade Andina de Nações (CAN) é fortalecida com a adesão de Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Equador enquanto, no Cone Sul, forma-se o Mercado Comum do Sul (Mercosul), com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O Chile participa como observador em ambos os grupos, mas acaba se aproveitando de relações comerciais próximas com os EUA e a Ásia.

1999-atualidade: "Guinada à Esquerda"Editar



A eleição de Chávez à presidência da Venezuela deu início ao fenômeno conhecido como "Guinada à Esquerda".
A partir do final da década de 1990, com as crises econômicas e sociais resultantes das políticas neoliberais (privatizações de empresas estatais, corte de gastos públicos, desregulamentação de serviços, fim de benefícios trabalhistas), os governos de direita vão perdendo popularidade e começa uma seqüência de eleições de governos de centro-esquerda[3] :

◾1999 – Bharrat Jagdeo na Guiana
◾1999 – Hugo Chávez na Venezuela
◾2000 – Ricardo Lagos no Chile
◾2000 – Ronald Venetiaan no Suriname
◾2003 – Lucio Gutiérrez no Equador
◾2003 – Luís Inácio Lula da Silva no Brasil
◾2003 – Néstor Kirchner na Argentina
◾2005 – Tabaré Vázquez no Uruguai
◾2006 – Alan García no Peru
◾2006 – Evo Morales na Bolívia
◾2006 – Michelle Bachelet no Chile
◾2007 – Cristina Kirchner na Argentina
◾2007 – Rafael Correa no Equador
◾2008 – Fernando Lugo no Paraguai
◾2009 – José Mujica no Uruguai
◾2010 – Dési Bouterse no Suriname
◾2011 – Dilma Rousseff no Brasil
◾2011 – Ollanta Humala no Peru
O fenômeno é chamado de "Guinada à Esquerda" e inclui tanto lideranças que se notabilizam pelo populismo (como o venezuelano Chávez e o boliviano Morales) quanto moderados (como o brasileiro Lula e o uruguaio Vázquez). A preterida proposta, lançada pelos EUA, de uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), é contraposta pela Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA), lançada por Chávez com o apoio do ditador cubano Fidel Castro. Na mesma época, o continente sedia cinco edições do Fórum Social Mundial, evento de caráter antineoliberal que reúne lideranças em defesa dos direitos humanos, centrais sindicais, ONGs e partidos de esquerda de todo o mundo.



Bandeira da UNASUL.
Na Colômbia as lideranças de esquerda são associada ao grupo guerrilheiro FARCs pela opinião pública e o combate a este é bem visto pela maioria da população, fazendo do presidente de centro-direita Álvaro Uribe um dos mais bem avaliados da América do Sul, perdendo apenas para Lula e Bachelet de acordo com a última pesquisa do instituto Latinobarómetro [4] . O governo Uribe é atualmente um dos poucos aliados fiéis dos EUA na região.
Foi sobre os governos da "Guinada" que surgiu recentemente, com o propósito de evitar intervenções estadunidenses na região, a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), uma proposta inédita de integração regional que reúne todos os países do continente. Após a criação da UNASUL, alguns comentaristas políticos estadunidenses publicaram artigos mostrando preocupação com a crescente perda de hegemonia política dos EUA na região. O mais notável foi "Como os EUA perdeu a América Latina" de Joshua Sperber do blog Counterpunch [5] .

Referências
1. TVCultura - A espionagem. Site acessado em 14 de Novembro de 2010.
2. Espaço acadêmico - A CIA e a técnica do golpe de Estado. Artigo de Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira. Acessado em 14 de Novembro de 2010.
3. Lista dos presidentes sul-americanos por orientação política
4. [1]
5. [2]
América do Norte
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Disambig grey.svg Nota: Para um continente que compreende a porção setentrional do América, veja América Setentrional.


Mapa da América do Norte

Vizinhos América Central, Ásia e Europa
Divisões  
 - Países 3
 - Dependências 3
Área  
 - Total 24.709.000 km²
 - Maior país Canadá (9 970 610 km2)
 - Menor país México
Extremos de elevação  
 - Ponto mais alto Monte McKinley, EUA (6.194 m)
 - Ponto mais baixo Vale da morte, EUA (-86 m)
População  
 - Total 522.257.000 habitantes
 - Densidade 21,2 hab./km²
Idiomas Inglês, espanhol, Francês e Português
A América do Norte é um subcontinente que compreende a porção setentrional do continente americano. Existem duas formas de classificar esse continente: a primeira considera que a América do Norte é apenas a parte mais setentrional da América, separada da América Central na fronteira entre o México e a Guatemala, a segunda classificação reconhece apenas uma América do Norte e uma América do Sul, traçando o limite no Istmo do Panamá (umas vezes no Canal do Panamá, outras na fronteira entre o Panamá e a Colômbia). Pela última definição, a América do Norte incluiria a América Central Continental e Insular (Caribe).
De facto, a América do Norte está assente na sua própria placa tectónica - a Placa Norte-americana (que abrange também parte da Ásia oriental) -, enquanto que a América Central, a sul da Península de Iucatã, está assente na Placa Caribeana.
O subcontinente é limitado a norte pelo Oceano Glacial Ártico, a leste pelo Oceano Atlântico, a sul pela América Central (ou pela América do Sul, conforme a definição que se considere), pelo Golfo do México e Mar das Caraíbas e a oeste pelo oceano Pacífico. Inclui ainda, além da porção continental, a Gronelândia (a maior ilha do mundo), a Terra Nova, o Arquipélago Ártico Canadiano, as Aleútes, a ilha de Vancouver, as Ilhas da Rainha Carlota e uma miríade de outras ilhas, espalhadas pelos mares que a rodeiam.

História

Divisão política da América do Norte
Considerando que a América do Norte acaba na fronteira do México com a Guatemala, pode-se, assim, dizer que a América do Norte é composta pelos seguintes territórios:
◾Países independentes •Canadá Canadá

O Canadá é uma federação composta por dez províncias e três territórios, uma democracia parlamentar e uma monarquia constitucional, com a rainha Elizabeth II (Isabel II) como chefe de Estado — um símbolo dos laços históricos do Canadá com o Reino Unido — sendo o governo dirigido por um primeiro-ministro, cargo ocupado atualmente (2012) por Stephen Harper. Ocupa grande parte da América do Norte e se estende desde o Oceano Atlântico, a leste, até o Oceano Pacífico, a oeste. Ao norte o país é limitado pelo Oceano Ártico. É o segundo maior país do mundo em área total,[2] atrás apenas da Rússia, e a sua fronteira comum com os Estados Unidos, no sul e no noroeste, é a mais longa fronteira terrestre do mundo.
◾•Estados Unidos Estados Unidos[3]

São uma república constitucional federal composta por cinquenta estados e um distrito federal. A maior parte do país situa-se na região central da América do Norte, formada por 48 estados e Washington, D.C., o distrito federal da capital. Localiza-se entre os oceanos Pacífico e Atlântico, fazendo fronteira com o Canadá a norte e com o México a sul. O estado do Alasca está no noroeste do continente, fazendo fronteira com o Canadá no leste e com a Rússia a oeste, através do estreito de Bering. O estado do Havaí é um arquipélago no Pacífico Central. O país também possui vários outros territórios no Caribe e no Pacífico.
◾•México México

É uma república constitucional federal localizada na América do Norte. O país é limitado a norte pelos Estados Unidos; ao sul e oeste pelo Oceano Pacífico; a sudeste pela Guatemala, Belize e Mar do Caribe; a leste pelo Golfo do México.[4] Com um território que abrange quase 2 milhões de quilômetros quadrados,[2] o México é o quinto maior país das Américas por área total e o 14º maior do país independente do mundo. Com uma população estimada em 111 milhões de habitantes,[2] é o 11º país mais populoso do mundo e o mais populoso país da hispanofonia. O México é uma federação composta por trinta e um estados e um Distrito Federal.
◾Dependências •Bermudas Bermudas (colónia do Reino Unido)
•Gronelândia Groelândia (região autónoma dinamarquesa)
•Portugal Flores e Corvo (Açores) (parte da região autónoma portuguesa dos Açores)
•França Saint Pierre et Miquelon (território ultramarino francês)[5] [6] [7]

DemografiaEditar

Cidades mais populosas da América do Norte

Polanco Skyline Mexico City DF.jpg
Cidade do México
Top of Rock Cropped.jpg
Nova Iorque

Posição
Cidade
País
População
Posição
Cidade
País
População

DowntownLosAngeles.jpg
Los Angeles
View of the Chicago skyline from 340 on the Park.jpg
Chicago

1 Cidade do México  México 8 851 080 11 Phoenix Estados Unidos EUA 1 445 632
2 Nova Iorque Estados Unidos EUA 8 175 133 12 Puebla  México 1 434 062
3 Los Angeles Estados Unidos EUA 3 792 621 13 San Antonio Estados Unidos EUA 1 327 407
4 Chicago Estados Unidos EUA 2 695 598 14 Juárez  México 1 321 004
5 Toronto  Canadá 2 615 060 15 San Diego Estados Unidos EUA 1 307 402
6 Houston Estados Unidos EUA 2 100 263 16 Tijuana  México 1 300 983
7 Ecatepec  México 1 655 015 17 Leão  México 1 238 962
8 Montreal  Canadá 1 649 519 18 Dalas Estados Unidos EUA 1 197 816
9 Filadélfia Estados Unidos EUA 1 526 006 19 Zapopan  México 1 142 483
10 Guadalajara  México 1 495 182 20 Monterrey  México 1 135 512

Referências
1. Bernard Grunberg, "La folle aventure d'Hernan Cortés", in L'Histoire n°322, July–August 2007
2. CIA (29/09/2010). Canada (em inglês) The World Factbook. Visitado em 18/10/2010.
3. Com territórios ultramarinos ou insulares no Mar do Caribe e na Oceania. O Havaí é um estado ultramarino localizado na Oceania.
4. Merriam-Webster's Geographical Dictionary, 3rd ed. Springfield, MA: Merriam-Webster, Inc.; p. 733
5. CommerceConnect.gov. Security and Prosperity Partnership Of North America Spp.gov. Visitado em 2010-11-14. Cópia arquivada em 2008-06-18.
6. Ecoregions of North America United States Environmental Protection Agency. Visitado em 30 May 2011.
7. What's the difference between North, Latin, Central, Middle, South, Spanish and Anglo America?, about.com

Ver tambémEditar

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◾Cronologia da colonização da América
◾História da colonização da América
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terça-feira, 24 de março de 2015

Tudo a respeito do FBI . ( E A HISTORIA OUCULTA DO FBI EM VIDEO ) .

http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Federal_Bureau_of_Investigation
FBI
Nome completo Federal Bureau of Investigation
Sigla FBI
Fundação 1908
Tipo Agência governamental - Polícia federal
Subordinação Governo Federal dos Estados Unidos
Direção superior Departamento de Justiça dos Estados Unidos
Chefe Diretor
Estrutura operacional
Sede J. Edgar Hoover Building
Washington DC
Estados Unidos Estados Unidos
Diretor Robert S. Mueller III
Vice-diretor Timothy P. Murphy
Nº de empregados 35.507[1] (4 de janeiro de 2011)
Website http://www.fbi.gov
 Portal da polícia
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Federal Bureau of Investigation – FBI (pt:Agencia Federal de Investigação) é uma unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, servindo tanto como uma polícia de investigação quanto serviço de inteligência interno (contra inteligência). O FBI tem jurisdição investigativa sobre as violações de mais de duzentas categorias de crimes federais.[2] Seu lema é "Fidelity, Bravery, Integrity" (em português: "Fidelidade, Bravura, Integridade") correspondente às iniciais "FBI".
Seu quartel-general no J. Edgar Hoover Building, está localizado em Washington, D.C.. Cinquenta e seis escritórios locais estão localizados nas principais cidades de todo os Estados Unidos, bem como em mais de 400 agências residentes em cidades menores por todo o país, e mais de 50 escritórios internacionais estão localizadas em embaixadas americanas ao redor do mundo.-

Missão e prioridadesEditar
No ano fiscal de 2002, o orçamento total do FBI foi de aproximadamente 8,9 bilhões de dólares, incluindo 455 milhões destinados a aumentos nos programas de contra-terrorismo, contra-inteligência, cibercrime, tecnologia da informação, segurança, medicina legal, treinamento e programas criminais. De acordo com a sua justificação orçamentária no congresso, pelos últimos anos o FBI vem assumindo uma crescente responsabilidade pela obtenção de inteligência estrangeira, respondendo a um pedido de maio de 2001 feito pelo Diretor de Inteligência Nacional.[3] O FBI foi criado em 1908 como Escritório de Investigação (Bureau of Investigation, BOI). Seu nome foi alterado para Federal Bureau of Investigation em 1935.
A principal meta do FBI é "controlar os Estados Unidos, manter e aplicar as leis criminais dos Estados Unidos, e dar liderança e serviços de justiça criminal aos parceiros e agências municipais, estaduais, federais e internacionais, em toda e qualquer ocasião."[2]



J. Edgar Hoover Building, quartel-general do FBI
Atualmente, as principais prioridades investigativas do FBI são:[4]
1.Proteger os Estados Unidos de um ataque terrorista (ver contraterrorismo);
2.Proteger os Estados Unidos de espionagem e operações de inteligência estrangeira (ver contra-inteligência);
3.Proteger os Estados Unidos de ataques baseados na Internet e de crimes envolvendo alta tecnologia (ver ciberguerra);
4.Combater a corrupção pública em todos os escalões;
5.Proteger os direitos civis;
6.Combater empresas e organizações criminosas nacionais e transnacionais (ver crime organizado);
7.Combater os principais crimes do colarinho branco;
8.Combater crimes violentos de relevo;
9.Atualizar a tecnologia, para uma performance bem-sucedida da missão do FBI.
O FBI declara, em seu sítio na internet, que sua maior prioridade no combate ao crime é a modalidade criminal denominada "corrupção pública", justificando-se assim:
"A corrupção no setor público representa uma ameaça fundamental à nossa segurança nacional e ao nosso modo de vida. A corrupção tem impacto em tudo, desde o quanto nossas fronteiras e nossos bairros estão seguros e protegidos, o quanto as sentenças proferidas em tribunais são justas, o quanto são de qualidade as nossas estradas, nossas escolas e os demais serviços governamentais. E isso tem um preço significativo em nosso bolso, desperdiçando-se bilhões de dólares, em impostos, a cada ano. O FBI está particularmente bem aparelhado para combater a corrupção pública, com competência e capacidade para executar complexas operações encobertas e de vigilância".[5]
Em agosto de 2007 as principais categorias de acusações criminais resultantes de investigações do FBI eram:[6]
1.Assalto a banco e crimes relacionados (107 acusações)
2.Drogas (104 acusações)
3.Tentativa e conspiração (81 acusações)
4.Material envolvendo a exploração sexual de menores (53 acusações)
5.Fraude postal - fraudes envolvendo o correio (51 acusações)
6.Fraude bancária (31 acusações)
7.Proibição do jogo ilegal (22 acusações)
8.Fraude eletrônica - via rádio ou televisão (20 acusações)
9.Hobbs Act - combate a assaltos e extorsões (17 acusações)
10.Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act, também conhecido como RICO - combate à atividades ligadas ao crime organizado (17 acusações)

Autoridade legalEditar



Um agente do FBI etiqueta o gravador de voz da cabine do Vôo 990 da EgyptAir, no convés do navio da marinha americana USS Grapple (ARS 53), no local que a aeronave sofreu seu acidente, em 13 de novembro de 1999.
O mandato do FBI é estabelecido pelo Título 28 do Código dos Estados Unidos (U.S. Code), Seção 533, que autoriza o Procurador-Geral a "indicar funcionários públicos para detectar... crimes contra os Estados Unidos."[7] Outros estatutos federais dão ao FBI a autoridade e a responsabilidade de investigar certos crimes.
J. Edgar Hoover começou a usar grampos telefônicos na década de 1920, durante a Lei Seca, para prender contrabandistas.[8] Um caso de 1927 no qual um contrabandista foi preso através de grampos telefônicos chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos, que julgou que o FBI podia usar grampos em suas investigações, e que isto não violava a Quarta Emenda por constituir busca e apreensão ilegal, com a condição de que o FBI não invada na casa da pessoa para realizar o grampo.[8] Depois do fim da Lei Seca, o congresso americano aprovou o 1934 Communications Act, que baniu os grampos telefônicos não-consensuais, porém permitia o uso de escutas.[8] Em outro caso levado à Suprema Corte, em 1939, foi decidido que, devido à lei de 1934, as evidências obtidas pelo FBI através de grampos não mais seriam admissíveis em tribunais.[8]
Uma decisão de 1967 da Suprema Corte derrubou o caso de 1927 que permitia o uso de escutas, depois que o Congresso aprovou o Omnibus Crime Control and Safe Streets Act, que permitia que as autoridades públicas grampeassem telefones durante investigações, contanto que obtivessem um mandado antes de fazê-lo.[8]
A principal ferramenta do FBI contra o crime organizado é o Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act (RICO). O FBI também recebe a responsabilidade de assegurar a aplicação do Civil Rights Act ("Ato dos Direitos Civis") de 1964 e investigar as violações ao ato, além de processar estas violações juntamente com o Departamento de Justiça. O FBI também partilha algumas jurisdições com a Drug Enforcement Administration (DEA), na aplicação do Controlled Substances Act ("Ato de Substâncias Controladas"), de 1970.
O USA PATRIOT Act aumentou os poderes destinados ao FBI, especialmente no que diz respeito a grampos telefônicos e monitoramento de atividade na Internet. Uma das disposições mais controversas do ato é o chamado sneak and peek ("espiada", numa tradução livre), que dá ao FBI poderes para revistar uma casa enquanto os seus residentes estiverem fora, e sem que o fato seja notificado aos residentes desta casa por semanas após o fato. Sob as disposições do PATRIOT Act, o FBI também voltou a investigar registros de bibliotecas[9] de suspeitos de terrorismo (algo que supostamente não ocorria desde a década de 1970).
Informações obtidas através de uma investigação do FBI são apresentadas ao procurador federal ou funcionário do Departamento de Justiça apropriado, que decide então pela instauração de processo ou qualquer outra atitude
HistóriaEditar
Em 1886 a Suprema Corte dos Estados Unidos, no caso Wabash, St. Louis & Pacific Railroad Company v. Illinois, decidiu que os estados não tinham poder de regular o comércio interestatal. O Interstate Commerce Act ("Ato de Comércio Interestatal"), do ano seguinte, surgido como resultado desta conclusão, criou um organismo federal para a aplicação da lei interestadual. O Departamento de Justiça, que havia contratado poucos investigadores permanentes desde a sua fundação em 1870, pouco esforçou-se para suprir esta falta de funcionários até a virada do século, quando o Procurador-Geral dos Estados Unidos Charles Joseph Bonaparte intercedeu, junto a outras agências, incluindo o Serviço Secreto, por mais investigadores. O Congresso, no entanto, proibiu o uso de funcionários do Tesouro pelo Departamento de Justiça, e promulgou outra lei a este respeito em 1908; o Procurador-Geral então organizou formalmente um Escritório de Investigação (Bureau of Investigation, BOI), que contava com sua própria equipe de agentes especiais. O Serviço Secreto forneceu ao Departamento de Justiça doze destes agentes especiais, que se tornaram os primeiros integrantes do novo BOI. Sua jurisdição derivava diretamente o Ato de Comércio Interestatal de 1887.[10] [11] O FBI veio desta força de agentes especiais, criada em 26 de julho de 1908, durante a presidência de Theodore Roosevelt. Sua primeira tarefa oficial foi visitar e fazer estudos sobre as casas de prostituição (preparando-se para a aplicação do Mann Act, que visava combater a escravidão branca, aprovado em 25 de junho de 1910). Em 1932 passou a ser chamado de United States Bureau of Investigation. No ano seguinte passou a ser ligado ao Bureau of Prohibition, responsável pela aplicação da Lei Seca, e passou a ser chamado de Divisão de Investigação (Division of Investigation, DOI), antes de finalmente se tornar o FBI em 1935.[10]
O diretor do antigo BOI, J. Edgar Hoover, tornou-se o primeiro diretor do FBI, e serviu por 48 anos nas duas entidades. Após a sua morte foi aprovada uma legislação que limitava o cargo de futuros diretores do FBI a um máximo de 10 anos. O Laboratório Científico de Detecção de Crimes (Scientific Crime Detection Laboratory), também conhecido como FBI Laboratory, foi aberto oficialmente em 1932, como fruto dos esforços de Hoover, que teve um envolvimento considerável na maior parte dos casos e projetos do FBI durante seu cargo.
Durante o período da chamada "guerra contra o crime" da década de 1930, agentes do FBI prenderam ou mataram diversos criminosos notórios, responsáveis por sequestros, assaltos e assassinatos em todo o país, incluindo John Dillinger, "Baby Face" Nelson, Kate "Ma" Barker, Alvin "Creepy" Karpis e George "Machine Gun" Kelly. Enquanto esta campanha, juntamente com a campanha para fortalecer o FBI, foi executada em resposta a uma onda nacional de crimes ocorrida durante o período da Grande Depressão. Entre outras atividades da organização em suas primeiras décadas estiveram um papel decisivo na redução do escopo e da influência da Ku Klux Klan nos Estados Unidos. Além disto, através do trabalho de Edwin Atherton, o FBI logrou êxito na apreensão de um exército inteiro de neo-revolucionários mexicanos ao longo da fronteira com a Califórnia, na década de 1920.



Lester J. Gillis, conhecido como "Baby Face" Nelson.
A partir da década de 1940 até o meio da década de 1970, o Bureau investigou casos de espionagem contra os Estados Unidos e seus aliados. Oito agentes nazistas que planejaram operações de sabotagem contra alvos americanos foram presos, seis dos quais acabaram sendo executados (Ex parte Quirin). Também durante este período um esforço conjuntos dos EUA e do Reino Unido (Venona) no qual o FBI esteve fortemenete envolvido conseguiu decifrar códigos de comunicações soviéticos usados em questões diplomáticas e de inteligência, uma operação que também confirmou a existência de americanos trabalhando dentro dos Estados Unidos para a inteligência soviética.[12] Hoover administrou o projeto, a respeito do qual não alertou a Central Intelligence Agency (CIA) até 1952. Outro caso relevante foi a prisão do espião soviético Rudolf Abel em 1957.[13] A descoberta de espiões soviéticos operando nos EUA encaixou-se com a duradoura obsessão de Hoover com a ameaça que ele via na esquerda americana, que ia desde membros do Partido Comunista dos Estados Unidos (PCEUA) até pessoas de inclinação esquerdista sem quaisquer aspirações revolucionárias.
Em resposta ao crime organizado, em 25 de agosto de 1953, o Programa Top Hoodlum foi criado, no qual todos os oficiais de campo deveriam reunir informações sobre mafiosos e membros de organizações criminais em seus territórios, e enviá-las regularmente a Washington, para um banco de dados centralizado de inteligência sobre este tipo de criminoso.[14]
Quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado, a jurisdicação do crime ficou a cargo do departamento de polícia local, até que o novo presidente, Lyndon B. Johnson, mandasse o FBI assumir a investigação.[15] Para assegurar-se de que não haveria mais confusão a respeito de quem cuidaria de homicídios a nível federal, o Congresso aprovou uma lei que colocava automaticamente as mortes de autoridades federais dentro da jurisdição do FBI.
Depois que o Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act (RICO Act) entrou em efeito, o FBI passou a investigar os antigos grupos organizados durante a época da Lei Seca, que haviam se tornado fachadas para o crime nas principais cidades do país, e até mesmo no interior. Todo o trabalho do Bureau foi feito sob sigilo e de dentro destas organizações, utilizando-se de prerrogativas fornecidas pelo RICO Act; estes grupos acabaram desmantelados. Embora Hoover tenha negado inicialmente a existência de uma rede de crime organizado nos Estados Unidos, o FBI conduziu mais tarde operações contra famílias e sindicatos célebres do crime organizados, incluindo as chefiadas por Sam Giancana e John Gotti.



J. Edgar Hoover, diretor do FBI (1924–1972).
Em 1984 o FBI formou uma unidade de elite[16] para ajudar a lidar com os possíveis problemas que surgissem nos Jogos Olímpicos de 1984, especialmente terrorismo e crimes em geral. A formação da unidade teve sua origem nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, na Alemanha, quando terroristas assassinaram atletas da delegação israelense; a equipe foi chamada de Hostage Rescue Team (HRT), e atua até hoje como o elo entre o FBI e todos os procedimentos relacionados à SWAT ou a casos de contra-terrorismo. Também em 1984 foi formado o Computer Analysis and Response Team (CART), para lidar com crimes que envolvam a informática.[17] O fim da década de 1980 e o início da década seguinte viram o remanejamento de mais de 300 agentes de funções de contra-inteligência no exterior dos Estados Unidos para os chamados crimes violentos, categoria que passou a ser vista como a sexta prioridade nacional pelo FBI. Com a redução dos custos de outros departamentos já estabelecidos, no entanto, e como o terrorismo passou a não ser mais visto como uma ameaça depois do fim da Guerra Fria,[17] o FBI se tornou uma ferramenta para forças policiais locais encontrarem fugitivos que haviam cruzado fronteiras interestaduais, à época uma contravenção. O Laboratório do FBI também ajudou a desenvolver os testes de DNA, continuando o papel pioneiro que teve na identificação, que havia se iniciado com o sistema de impressões digitais em 1924.
Entre 1993 e 1996 o FBI aumentou seu papel contra o terrorismo, especialmente na sequência do primeiro atentado ao World Trade Center, em 1993, e do atentado de Oklahoma City, em 1995, além da prisão do Unabomber, em 1996. Inovações tecnológicas e a habilidade dos analistas de laboratório do FBI permitiram que todos estes três casos fossem processados com sucesso, porém o Bureau também enfrentou protestos públicos neste período, algo que afeta a organização até hoje.[18] Depois do Congresso americano aprovar o Communications Assistance for Law Enforcement Act (CALEA, 1994), o Health Insurance Portability and Accountability Act (HIPA, 1996), e o Economic Espionage Act (EEA, 1996), o FBI passou por uma atualização tecnológica, em 1998, da mesma maneira que havia feito com sua equipe CART, em 91. Duas novas divisões foram criadas, o Computer Investigations and Infrastructure Threat Assessment Center (CITAC) e o National Infrastructure Protection Center (NIPC), para lidar com o aumento de problemas relacionados à Internet, tais como worms e vírus de computador e outros programas mal-intencionados que possam causar problemas aos Estados Unidos. Com estes desenvolvimentos tecnológicos, o FBI aumentou sua vigilância eletrônica em investigações envolvendo a segurança pública e a segurança nacional, adaptando-se à medida que os avanços nas telecomunicações vão alterando a natureza destes problemas.
Programa COINTELPRO



Investigacao de John Lennon
Em 1956 Hoover ficou extremamente frustrado com empecilhos criados pela Justiça americana em condenar pessoas por razoes politicas, ativismo ou atividades que ele via como ameaça.[19] Foi então que Hoover criou formalmente um programa clandestino de "jogos sujos", chamados "dirty tricks", o Programa COINTELPRO.[20] [21] [22]
O programa clandestino era realizado pelo próprio FBI e seus agentes e era um programa de sabotagem, intimidação e perseguição de indivíduos e grupos escolhidos por Hoover como alvo das atividades destrutivas do programa. Este programa permaneceu secreto ate 1971, tendo sido exposto apenas depois do roubo de documentos secretos sobre o programa.[20]
COINTELPRO foi usado para inciar investigações intimidadoras e perseguir pessoas notórias como John Lennon, por seu protesto contra a Guerra do Vietnã, Martin Luther King, Charlie Chaplin e inúmeros outros.[23]
Os métodos incluíam, infiltração de movimentos pacifistas, roubos, escutas telefônicas, invasão domiciliar, e uma serie de operações clandestinas ofensivas e ilegais e historiadores e pesquisadores afirmam que o programa incluía a incitação de violência e assassinatos.[24]
Em 1975 as atividades do COINTELPRO foram investigadas pelo Church Committee e suas atividades foram consideradas ilegais.[25]
Martin Luther King, Jr. era um alvo frequente de investigações; o FBI nunca encontrou provas de qualquer crime, porém tentou usar evidências de suas atividades sexuais para chantageá-lo. Em seu livro de memórias, publicado em 1991, o jornalista do Washington Post Carl Rowan afirmou que o FBI teria enviado pelo menos uma carta anônima a King, encorajando-o a cometer suicídio.[26]
Pós 11 de setembro de 2001
Meses depois dos ataques de 11 de setembro, o diretor do FBI, Robert Mueller, que havia assumido o cargo três dias antes, convocou uma reorganização da estrutura e das operações do FBI. O combate a cada crime federal passou a ser alta prioridade, e incluía a prevenção de terrorismo, o combate a operações de inteligência estrangeiras, lidar com ameaças de segurança cibernéticas e outros crimes de alta tecnologia, a proteção aos direitos civis, o combate à corrupção pública, ao crime organizado, ao crime do colarinho branco, além dos principais atos de crimes violentos.[27]
Em 17 de outubro de 2008 o FBI anunciou que uma operação sigilosa de dois anos de duração contra usuários do fórum de crimes cibernéticos DarkMarket havia produzido 56 prisões ao redor do mundo, evitando perdas econômicas que poderiam chegar a 70 milhões de dólares.[28]
No dia 19 de janeiro de 2012 o site do FBI foi desativado temporariamente pela organização anônima ativista de hackers conhecida como Anonymous.[29] A ação foi um contra-ataque diante da retirada do site de compartilhamento de arquivos Megaupload do ar pelo governo americano. Na ocasião, o grupo de hackers também derrubou sites de gravadoras e associações de cinema dos Estados Unidos[30] , como forma de protesto contra os projetos de lei SOPA e PIPA, que foram criados para combater sites que distribuem ou vendem produtos piratas na internet e violam direitos de propriedade intelectual.[31]

OrganizaçãoEditar



Centro móvel de comando do FBI, Washington Field Office.
O quartel-general do FBI situa-se no J. Edgar Hoover Building, em Washington, D.C., e a organização conta com 56 escritórios de campo[32] nas principais cidades dos Estados Unidos. O FBI também mantém mais de 400 agências residentes por todo o país, assim como mais de 50 funcionários nas embaixadas e consulados americanos ao redor do mundo. Diversas das funções especializadas realizadas pelo FBI são sediadas em sedes regionais como em Quantico, Virginia, assim como em Clarksburg, na Virgínia Ocidental. A Divisão de Administração de Registros do FBI,que processa os pedidos relacionados ao Freedom of Information Act (FOIA), está sendo deslocada atualmente para Winchester.[33]
O FBI Laboratory, estabelecido com a formação do BOI,[34] também tem sua sede no J. Edgar Hoover Building, e serve como o laboratório principal para a maior parte do trabalho físico, biológico e envolvendo DNA. Visitas públicas da sede do FBI passam pelos espaços do laboratório antes de entrar no prédio propriamente dito. Entre alguns dos serviços que o laboratório realiza estão Chemistry, Combined DNA Index System (CODIS), Computer Analysis and Response, DNA Analysis, Evidence Response, Explosives, Firearms and Tool marks, Forensic Audio, Forensic Video, Image Analysis, Forensic Science Research, Forensic Science Training, Hazardous Materials Response, Investigative and Prospective Graphics, Latent Prints, Materials Analysis, Questioned Documents, Racketeering Records, Special Photographic Analysis, Structural Design e Trace Evidence.[35] Os serviços do laboratório são usados por diversas agências estatais, locais e internacionais, sem qualquer ônus. O FBI também mantém um segundo laboratório na academia de treinamento do FBI (FBI Academy).
A academia, localizada em Quantico, é sede dos laboratórios de comunicação e de informática utilizados pelo FBI. É também onde novos agentes são enviados para serem treinados como agentes especiais do FBI. Um curso de 21 semanas é exigido para cada um dos agentes.[36] A academia foi inaugurada em 1972, numa área de 1,6 quilômetro quadrado de área verde. A academia também serve como sala de aula para agências de polícia locais e estaduais, que são convidadas para participar dos centros de treinamento. As unidades do FBI residentes em Quantico são a Field and Police Training Unit, Firearms Training Unit, Forensic Science Research and Training Center, Technology Services Unit (TSU), Investigative Training Unit, Law Enforcement Communication Unit, Leadership and Management Science Units (LSMU), Physical Training Unit, New Agents' Training Unit (NATU), Practical Applications Unit (PAU), a Investigative Computer Training Unit e a "College of Analytical Studies."
A divisão conhecida como Criminal Justice Information Services (CJIS, Serviços de Informações de Justiça Criminal), está[37] localizada em Clarksburg. É a mais nova divisão do FBI, tendo sido formada em 1991 e aberta em 1995. O próprio complexo tem a extensão de três campos de futebol americano; seu propósito é servir como o principal repositório de informação. Sob o teto da CJIS estão os programas para o National Crime Information Center (NCIC), Uniform Crime Reporting (UCR), Fingerprint Identification, Integrated Automated Fingerprint Identification System (IAFIS), NCIC 2000, bem como o National Incident-Based Reporting System (NIBRS). Diversas agências estaduais e locais usam estes sistemas como fonte para suas próprias investigações, e contribuem para o banco de dados utilizando-se de transmissões seguras de comunicação. O FBI fornece estas ferramentas de identificação e serviços de informação para agências de polícia locais, estaduais, federais e internacionais.
O FBI também trabalha com frequência conjuntamente com outras agências federais, incluindo a Guarda Costeira dos Estados Unidos e a U.S. Customs and Border Protection (CBP, alfândega e serviço de proteção às fronteiras) na segurança portuária e dos aeroportos,[38] e a National Transportation Safety Board, na investigação de acidentes aéreos e outros incidentes críticos. A Immigration and Customs Enforcement (ICE) é a única outra agência que se aproxima em termos de poder investigativo; desde os ataques de 11 de setembro, o FBI desempenha um papel na maior parte das investigações criminais federais.



Agentes do FBI do escritório de campo de Washington, com um dos veículos táticos que utilizaram na posse presidencial de 2009 nos Estados .
Amigos assista o video e saiba da historia ouculta do FBI o linck vai a seguir um abrç a todos do amigo o Raylander .
https://m.youtube.com/watch?v=sVCRCRCz7JE

domingo, 22 de março de 2015

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira . Biografia e a historia da Segunda Guerra Fria . ( Em Video ) .

Amigos clique no linck a seguir e saiba tudo da Segunda Guerra Fria em video de Luiz Alberto Muniz Bandeira . Um abrç a todos do amigo o Raylander .
https://m.youtube.com/watch?v=YfOAq8JcOY8

Moniz Bandeira
Nome completo Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira
Nascimento 30 de Dezembro de 1935 (79 anos)
Salvador, BA
Nacionalidade Brasil Portugal Luso-brasileiro
Ocupação Professor universitário, cientista político e historiador
Procurar imagens disponíveis
Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, mais conhecido como Moniz Bandeira (Salvador, 30 de Dezembro de 1935), é um professor universitário, cientista político e historiador luso-brasileiro, especialista em política exterior do Brasil e suas relações internacionais, principalmente com a Argentina e os Estados Unidos, sendo autor de várias obras, publicadas no Brasil e na Argentina, bem como em outros países. Atualmente radicado na cidade alemã de Heidelberg, onde é cônsul honorário do Brasil.
Em 2015, é indicado ao Prêmio Nobel de Literatura pela União Brasileira de Escritores (UBE), em reconhecimento pelo seu trabalho como "intelectual que vem repensando o Brasil há mais de 50 anos", segundo o presidente da UBE Joaquim Maria Botelho.[1]

BiografiaEditar
Descendente de tradicionais famílias da aristocracia de Portugal e da Bahia, sendo descendente inclusive de Garcia D'Ávila, da Casa da Torre, filho de Custódio Ferreira de Vianna Bandeira Filho e Ophélia Moniz de Aragão Dias Lima Bandeira, Moniz Bandeira, aos dezenove anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde publicou, em 1956, seu primeiro livro, um livro de poemas, intitulado Verticais.
Formado em Direito, doutorou-se em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, com a tese O papel do Brasil na Bacia do Prata, posteriormente publicada como livro, com o título A expansão do Brasil e formação dos Estados na Bacia do Prata.
Enquanto estudava Direito no Rio de Janeiro, trabalhou em importantes jornais como o: Correio da Manhã e o Diário de Notícias. Aos 25/26 anos, Moniz Bandeira publicou seus primeiros livros de ensaio político, intitulado O 24 de Agosto de Jânio Quadros (1961), sobre a renúncia do presidente Jânio Quadros, e O Caminho da Revolução Brasileira, no qual defendeu a tese de que o Brasil já era um país com uma economia capitalista madura, pois esta a produzir e exportar mais bens industrializados que produtos primários e previu o golpe militar de 1964.
Militância política
Àquele tempo, desenvolveu intensa atividade política, havendo sido assessor político do deputado federal Sérgio Magalhães, do Partido Trabalhista Brasileiro e presidente da Frente Parlamentar Nacionalista. Filiado ao Partido Socialista Brasileiro, dentro do qual foi um dos organizadores da corrente denominada Política Operária (Polop), asilou-se no Uruguai, acompanhando o presidente João Goulart, em consequência do golpe militar no Brasil, em 1964. Algum tempo depois, voltou clandestinamente ao Brasil e esteve dois anos (1969-1970 e 1973) como preso político, por ordem do Cenimar (Centro de Informações da Marinha).
Mesmo perseguido pelo regime militar e na clandestinidade, Moniz Bandeira não cessou suas atividades literárias e de pesquisa. Em 1967, após haver retornado do Uruguai e vivido clandestinamente em São Paulo, publicou O Ano Vermelho – Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil, com a colaboração de Clóvis Melo e A. T. Andrade. E, em 1973, quando ele já estava outra vez preso, a Editora Civilização Brasileira lançou sua obra Presença dos Estados Unidos no Brasil (Dois séculos de História) , que se tornou um clássico na área de relações internacionais e também foi traduzido para o russo e publicado na extinta União Soviética.
Depois da prisão
Ao sair da prisão, às vésperas do Natal de 1973, Luiz Alberto Moniz Bandeira retomou sua atividade acadêmica e passou a lecionar na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e e fez seu doutoramento em ciência política na Universidade de São Paulo. Recebeu então uma bolsa da Fundação Ford e foi pesquisar sobre a Bacia do Prata nos arquivos da Argentina, Uruguai e Paraguai. E, em 1977, com uma bolsa pós-doutorado (Post-Doctoral Fellowship) do Social Science Research Council e Joint Committee on Latin-American Studies of the American Council of Learned Societies, dos Estados Unidos, viajou para Washington, Paris e Londres a fim de continuar suas pesquisas.
Seu livro O Governo João Goulart - As lutas sociais no Brasil (1961-1964), publicado também pela Civilização Brasileira, enquanto ele residia na Europa, em 1977, foi best-seller durante seis meses. E, ao retornar, em 1979, lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde foi um dos fundadores do Instituto de Relações Internacionais, e organizou a pós-graduação lato-sensu em ciência política no Instituto Metodista Bennett (Rio de Janeiro).
Luiz Alberto Moniz Bandeira deu assistência ao ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, quando ele foi expulso do Uruguai, em 1977, e foi para os Estados Unidos, e promoveu para ele os contatos com os dirigentes da social-democracia européia Internacional socialista, entre os quais Mário Soares, François Mitterrand e Willy Brandt.
Entre 1981 e 1982, foi pesquisador associado de projeto sobre cooperação e conflito na Bacia do Prata, dirigido pelo professor Dieter Nohlen, do Institut für Politische Wissenschaft (Instituto de Ciência Política) da Universidade de Heidelberg, onde passou alguns meses com uma bolsa do Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD) e conheceu Margot Elisabeth Bender, de nacionalidade alemã, com quem se casou e tem um filho, Egas.
Com a eleição de Leonel Brizola para o governo do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Alberto Moniz Bandeira foi nomeado Diretor-Superintendente do Instituto Estadual de Comunicação (INECOM) e da Rádio Roquette Pinto, órgãos do Estado, e passou a lecionar na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na Escola de Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Atividades acadêmicas
Moniz Bandeira, em 1987, deixou a UERJ e transferiu sua residência para Brasília para assumir, por concurso público, o cargo de professor titular de História da Política Exteriores do Brasil. Com o apoio da Fundação Friedrich Ebert, da Alemanha, e do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do qual era Pesquisador 1ª e consultor ad-hoc, continuou a realizar seu trabalho de pesquisa, que resultou em várias obras, como O Eixo Argentina-Brasil-O processo de Integração da América Latina (1967), Brasil-Estados Unidos: a rivalidade emergente (1989), entre outros.
Em 1995, aposentado, colaborou com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, então diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), do Itamaraty, na organização de um grande simpósio sobre as relações Brasil-Alemanha, com o apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. E em 1996 Moniz Bandeira mudou-se para a Alemanha, onde exerceu a função de Adido Cultural no Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, até 2002.
Moniz Bandeira foi professor visitante na Universidade de Heidelberg e Universidade de Colônia (Alemanha), Universidade de Estocolmo (Suécia), Universidade Federal de Uberlândia (Brasil), Universidade de Buenos Aires e Universidade Nacional de Córdoba (Argentina), bem como no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa.
Também foi conferencista visitante em universidades dos Estados Unidos, Inglaterra, Escócia, Portugal, França, Suécia, Itália, Argentina, Uruguai e Paraguai, bem como em várias universidades do Brasil.
Intelectual do Ano
Embora aposentado e residindo na Alemanha, Moniz Bandeira não parou suas atividades de pesquisa e continuou a publicar diversas obras. Em 1998, lançou De Marti a Fidel: a revolução cubana e a América Latina. No ano 2000, publicou O Feudo – A Casa da Torre de Garcia d'Ávila (Da conquista dos sertões à independência do Brasil).
Em 2003, publicou Brasil, Argentina e Estados Unidos: Conflito e Integração na América do Sul (Da Tríplice Aliança ao Mercosul), traduzido para o espanhol e também publicado na Argentina em 2004, e, em 2004 publicou As Relações Perigosas: Brasil-Estados Unidos (De Collor a Lula).
Sua obra Formação do Império Americano (Da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque), lançada em 2005, levou Moniz Bandeira a ganhar o Prêmio Juca Pato, eleito pela União Brasileira de Escritores (UBE), por aclamação, como Intelectual do Ano 2005. Em 2008 publicou o livro Fórmula para o Caos: a Derrubada de Salvador Allende.
Moniz Bandeira, que tem morada na Alemanha, é Doutor Honoris Causa pelas Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil, de Curitiba. É também portador da Bundesverdienst Kreuz (Erster Klasse), (Cruz do Mérito - Primeira Classe), conferida pelo governo da República Federal da Alemanha, Grande Oficial da Ordem de Rio Branco (Brasil) e comendador da Orden de Mayo (Argentina). E sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil e da Academia de Letras da Bahia e da Ala - Academia de Letras e Artes, de Portugal (Monte-Estoril-Cascais).

TítulosEditar
◾Segundo barão de São Marcos (D. Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa, ouvindo o Conselho de Nobreza, reconheceu a Luiz Alberto Dias Lima de Vianna Moniz Bandeira o direito ao uso do título de Barão de São Marcos, mediante alvará, datado de 18 de março de 1995, Proc° n° 1617, folhas 52 do Livro Dois, do Conselho de Nobreza, constante em Boletim Oficial do Conselho de Nobreza – Títulos (1948-1998), Lisboa, 2000, p. 181. O Conselho de Nobreza de Portugal, em harmonia com a Ordem Régia de 6 de maio de 1986, também reconheceu ao atual Barão de São Marcos, Luiz Alberto Dias Lima de Vianna Moniz Bandeira, o direito ao uso do brasão de armas e fidalguia);
◾Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo;
◾Doutor Honoris Causa pelas Faculdades Integradas do Brasil;
◾Bundesverdienst Kreuz (Erster Klasse), (Cruz do Mérito - Primeira Classe), conferida pelo governo da República Federal da Alemanha;
◾Grande Oficial da Ordem do Mérito Barão do Rio Branco (Brasil);
◾Comendador da Orden de Mayo (Argentina);
◾Intelectual do Ano de 2005 pela União Brasileira de Escritores (Prêmio Juca Pato);
◾Comendador da Ordem do Mérito Cultural (Brasil).

Principais obrasEditar
◾2013 - A Segunda Guerra Fria.
◾2009 - Poética.
◾2005 - Formação do Império Americano (Da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque), também traduzida e publicada na China e na Argentina.
◾2004 - As Relações Perigosas: Brasil-Estados Unidos (De Collor a Lula).
◾2003 - Brasil, Argentina e Estados Unidos (Da Tríplice Aliança ao Mercosul), também traduzida e publicada na Argentina.
◾2000 – O Feudo – A Casa da Torre de Garcia d’Ávila: da conquista dos sertões à independência do Brasil, Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 601 pp.
◾1999 – Brasil – Estados Unidos no Contexto da Globalização, vol. II (2ª. revista, aumentada e atualizada de Brasil-Estados Unidos: A Rivalidade Emergente, São Paulo, Editora SENAC, 224 pp.
◾1998 – De Martí a Fidel – A Revolução Cubana e a América Latina, Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 687 pp.
◾______ Brasil – Estados Unidos no Contexto da Globalização, vol. I (Terceira edição revista de Presença dos Estados Unidos no Brasil – Dois Século de História e Brasil, São Paulo, Editora SENAC, 391 pp.
◾1995 - Brasil e Alemanha: A Construção do Futuro - Brasília, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais / Fundação Alexandre de Gusmão, 1995 , 697 pp.
◾1994 - O “Milagre Alemão” e o Desenvolvimento do Brasil - As Relações da Alemanha com o Brasil e a América Latina (1949-1994) - Editora Ensaio, São Paulo, 246 pp. Traduzida para o alemão: Das Deustche Wirtschaftswunder und die Brasilien Entwicklung, Frankfurt, Vervuert Verlag, 1995.
◾1993 - Estado Nacional e Política Internacional na América Latina - O Continente nas Relações Argentina - Brasil - São Paulo, Editora Ensaio, 304 pp; 2ª. ed., 1995, 336 pp. 1995.
◾1992 - A Reunificação da Alemanha - Do Ideal Socialista ao Socialismo Real - São Paulo, Editora Ensaio, 182 pp. 2ª. ed. revista, aumentada e atualizada, 2001, Editora Global/Editora da Universidade de Brasília, 256 pp.
◾1989 – Brasil - Estados Unidos : A Rivalidade Emergente - 1955-1980 - Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 328 pp; 2ª. ed., São Paulo, Editora SENAC, 1999, 224 pp.
◾1987 - O Eixo Argentina-Brasil (O Processo de Integração da América Latina) – Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 118 pp.
◾1985 - O Expansionismo Brasileiro (A Formação dos Estados na Bacia do Prata – Argentina, Uruguai e Paraguai - Da Colonização ao Império) - Rio de Janeiro, Editora Philobiblion, 291 pp. – 2ª . ed., 1995, Editora Ensaio /Editora da Universidade de Brasília, São Paulo, 246 pp. 3ª ed., 1998, Editora Revan/Editora da Universidade de Brasília, Rio de Janeiro, 254.pp.
◾_____ Trabalhismo e Socialismo no Brasil - A Internacional Socialista e a América Latina - São Paulo, Editora Global, 56 pp;
◾1979 - Brizola e o Trabalhismo - Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1ª e 2ª edições, 204 pp.
◾_____ A Renúncia de Jânio Quadros e a Crise Pré-64 - São Paulo, Editora Brasiliense, 180 pp.
◾1975 - Cartéis e Desnacionalização (A Experiência Brasileira - 1964-1974) - Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 207 pp.; 2ª ,1975; 3ª ed., 1979
◾1977 ‑ O Governo João Goulart - As Lutas Sociais no Brasil (1961-1964) - Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 186 pp.; 2ª ed. dezembro de 1977, 3ª, 4ª e 5ª ediçõe 1978; 6ª ed. 1983; 7ª ed. revista e aumentada, 320 pp. 2001.
◾1973 - Presença dos Estados Unidos no Brasil (Dois Séculos de História) - Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 470 pp. 2ª ed., 1979; 3ª ed. São Paulo, Editora SENAC 1998, 391 pp.
◾1967 - O Ano Vermelho - A Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil - Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 418 pp.; 2ª ed., Editora Brasiliense, 1980.
◾1963 - O Caminho da Revolução Brasileira - Rio de Janeiro, Editora Melso, 187 pp.
◾1961 - O 24 de Agosto de Jânio Quadros - Rio de Janeiro, Editora Melso, 78 pp.
◾1960 - Retrato e Tempo (poemas) - Salvador, Livraria e Editora Progresso, 57 pp.
◾1956 - Verticais (poemas) - Rio de Janeiro, Serviço de Documentação do Ministério de Educação e Cultura, 44 pp.
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Luiz_Alberto_de_Vianna_Moniz_Bandeira

Otan

Definição

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou NATO (North Atlantic Treaty Organization)  é uma organização militar que se formou no ano de 1949. Ela foi constituída no contexo histórico da Guerra Fria, como forma de fazer frente a organização militar socialista Pacto de Varsóvia, liderada pela ex-União Soviética e integrada por países do leste europeu.

A OTAN existe e atua até os dias de hoje, enquanto o Pacto de Varsóvia deixou de existir na década de 1990, com a crise do socialismo no leste europeu.

Países membros

Alemanha Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, França, Grécia, Países Baixos, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria, Polônia, República Tcheca, Bulgária, Estónia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e a Eslovênia.

Objetivos

Como objetivos principais da OTAN, na atualidade, podemos citar:  garantir a segurança militar no continente europeu e exercer influências nas decisões geopolíticas da região.

A segunda Guerra Fria .


 Amigos aqui esta a Historia da Segunda Guerra Fria . Um abrç a todos do amigo o Raylander. O linck vai a seguir .
http://www.cartacapital.com.br/internacional/a-segunda-guerra-fria-4728.html

O brasileiro que se desligou do mundo e caiu na folia durante o Carnaval tem motivos para um certo déjà vu ao voltar à realidade nesta quarta-feira de Cinzas. Em um lugar de nome esquisito e bem longe do Brasil, Estados Unidos e Rússia travam uma batalha diplomática que corre o risco de descambar para as armas. Aliados a forças locais distintas de um país em ebulição, Moscou e Washington lutam para que o poder caia nas mãos de um governo alinhado. E parece não haver meio termo: ou se está afinado com um lado ou com o outro. A Guerra Fria ressuscitou?
A crise na Ucrânia, aguçada com a queda do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich em 22 de fevereiro, tem muitos dos ingredientes da disputa “capitalistas x comunistas” que rachou o globo após a II Guerra Mundial. No sábado 1°, o parlamento russo autorizou o presidente Vladimir Putin a enviar tropas à Ucrânia para defender instalações militares e cidadãos russos naquele país, cuja parte leste tem forte identidade com Moscou. Na terça-feira 4, Putin chamou de “golpe de Estado” a queda de Yanukovich e admitiu usar a autorização parlamentar. No mesmo dia, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, foi à Ucrânia manifestar o apoio de Washington ao governo de transição e acenar com 1 bilhão de dólares de ajuda.
Estes lances encaixam-se no que se poderia chamar de uma “segunda guerra fria”. À diferença do conflito original do século XX, porém, não se alimenta de ideologia, mas de interesses estratégicos dos EUA. O fenômeno foi descrito no livro “A Segunda Guerra Fria”, lançado no ano passado pelo cientista político, historiador e professor aposentado de política exterior do Brasil Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Desde os anos 90, diz o livro, os EUA dão importância crescente à Eurásia, região onde está a Ucrânia. Em 1994, o Departamento de Energia norte-americano identificou o Mar Cáspio, próximo da Ucrânia, como uma das maiores fontes de petróleo do globo. Uma baita descoberta para quem não sobrevive sem petróleo importado. E mais ainda porque a principal fonte conhecida, o Golfo Pérsico, é um caldeirão de antiamericanismo islâmico. Dali em diante, diz Moniz Bandeira, a prioridade geopolítica dos EUA consistiu em atrair os governos de países da região do Cáucaso, alguns dos quais pertenciam à ex-URSS. Washington fez isso inclusive mediante o envolvimento militar e uma política de regime change, ou seja, desestabilizando governos eleitos.
Na década passada, houve uma leva de vitoriosas “revoluções coloridas” contra regimes na região do Cáucaso: a Rosa na Georgia (2003), a Lilás no Quirquistão (2005) e a Laranja na Ucrânia (2004/2005). As três, diz Moniz Bandeira, foram incentivadas pelos EUA com um modus operandi batizado de “guerra fria revolucionária”: ONGs defensoras dos valores norte-americanos instigaram as populações locais contra os governos e as estimularam a ir às ruas, tudo descrito pela mídia internacional como revoltas espontâneas e democráticas.
O que acontece agora na Ucrânia, diz Moniz Bandeira, é uma reedição da “Revolução Laranja” de dez anos atrás. O problema – não só no caso da Ucrânia como nas demais revoluções coloridas - é que as turbulências ocorrem muito perto das fronteiras da Rússia. Um país que, sob Putin, superou a crise econômica decorrente do colapso da URSS e voltou a pensar-se como superpotência.
A seguir, o leitor confere os principais trechos da entrevista concedida por e-mail por Moniz Bandeira, que mora na Alemanha.
CartaCapital: Os EUA estão por trás das turbulências na Ucrânia?
Moniz Bandeira: Essa participação na subversão dos regimes na Eurásia é comprovadamente antiga. Na edição de 24 de novembro de 2003, o Wall Street Journal atribuiu o movimento contra o regime na Georgia a operações de um grande número de “organizações não-governamentais (...) apoiadas por fundações americanas e por outras fundações ocidentais”. E não pode haver maior evidência agora do que a participação aberta de dois senadores americanos - John McCain (Partido Republicano) e Christopher Murphy (Partido Democrata) - como líderes nas manifestações em Kiev. O economista Paul Craig Roberts, que foi secretário assistente do Tesouro no governo Reagan (1981-1989), escreveu que "a Ucrânia ou a parte ocidental do país está cheia de ONGs mantidas por Washington cujo objetivo é entregar a Ucrânia às garras da União Europeia, para que os bancos da União Europeia e dos Estados Unidos possam saquear o país como saquearam, por exemplo, a Letônia; e simultaneamente enfraquecer a Rússia, roubando-lhe uma parte tradicional e convertendo esta área em área reservada para bases militares de Estados Unidos-OTAN".
CC: Que interesses norte-americanos o governo deposto da Ucrânia ameaçaria? Que evidências disso o sr. apontaria?
MB: Não se trata de "ameaça". Nenhum país, evidentemente, ameaça os EUA. O problema é que o governo da Ucrânia não atende e não se submete aos interesses econômicos, geopolíticos e estratégicos de Washington. O presidente Viktor Yanukovych recusou-se a aderir à União Europeia e tendia a incorporar-se à União Econômica Eurasiana, cujo tratado o presidente Putin, como um grande estadista, está a negociar com as antigas repúblicas soviéticas. Esse tratado permitirá à Rússia conquistar dimensão estratégica e geopolítica de igual dimensão à da extinta União Soviética e voltar a constituir outro polo de poder internacional. O problema é a rivalidade dos EUA com a Rússia. A questão não é ideológica. É geoestratégica.
CC: Diria que a crise na Ucrânia é um prolongamento da Revolução Laranja?
MB: Claro que é uma nova Revolução Laranja. E não terminou. A Ucrânia está na órbita de gravitação da Rússia. E o governo que substitua o de Yushchenko não terá condições de resistir à sua vis attractiva [força atrativa], principalmente porque os EUA e a União Européia não têm condições de bancar financeiramente os problemas da Ucrânia e ainda por cima pagar a conta do gás que o país recebe da Rússia, com a qual tem enorme débito. Yushchenko era a favor do Ocidente quando assumiu a presidência da Ucrânia, porém, tal como seu antecessor, Leonid Kuchma, que solicitara adesão à OTAN em 2002, teve de mudar sua posição, diante da realidade geopolítica. A queda de Yushchenko seria certa se ele consumasse a adesão à OTAN. A Rússia não vai admitir a integração da Ucrânia na União Europeia. Ela possui uma base naval em Sebastobol e mais um porto em Odessa desde o reinado de Catarina, a Grande (1762 e 1796). A frota russa, baseada na península da Crimeia, controla o Mar Negro e as comunicações de importantes zonas energéticas (de reservas de gás e petróleo) através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos com o Mar Mediterrâneo. A Criméia pertenceu à Rússia até 1954, e o povo em Kiev, com a queda de Yushchenko, está a demandar a secessão. A Rússia, decerto, não apoiará, abertamente, o separatismo. Porém, milhares de pessoas já estão nas ruas de Sebastopol a clamar "Rússia, Rússia, Rússia" com a bandeira russa e a gritar "Não nos renderemos a esse fascistas". A Crimeia tem cerca de 2 milhões de habitantes etnicamente russos, que não se submeterão ao governo dos fascistas em Kiev, apoiado pelo Ocidente. Em Simferopol, capital da Crimeia, com cerca de 350 mil habitantes, já estão sendo organizadas milícias para resistir a qualquer força de Kiev.
CC: O sr. parece identificar um padrão de intervenção não-violenta por parte dos EUA no pós-guerra fria. Um padrão a combinar a ação de ONGs e de líderes oposicionistas financiados por Washington com propaganda midiática. Diria que esta combinação está presente hoje na Ucrânia?
MB: Não há nenhum padrão de intervenção não-violenta dos EUA no pós-Guerra Fria. Os EUA intervém militarmente, de forma unilateral ou sob o manto da OTAN, quando podem. Intervieram na Líbia, mas não tiveram condições de fazê-lo na Síria, devido à oposição da Rússia e da China, embora continuem a financiar os rebeldes - na realidade, terroristas de Al Qa'ida e organizações similares. A guerra fria, portanto, continua, em uma etapa histórica superior, como demonstram os acontecimentos na Ucrânia, na Síria e nos demais países do Oriente Médio. Os EUA não deixaram de perceber a Rússia como seu principal adversário. De fato, a Rússia não perdeu, militarmente, nenhuma guerra. O que lá ocorreu foi a implosão de um regime socialista autárquico, inserido em uma economia internacional de mercado capitalista, da qual dependia e não podia desprender-se. Como sucessora jurídica da URSS, a Rússia herdou todo o seu potencial militar: cerca de 1.800 ogivas nucleares estratégicas operacionais e reservas de 2.700 ogivas, contra 1.950 ogivas operacionais e 2.500 ogivas de reserva dos EUA. O poderio militar das duas potências era equivalente. Após a dura crise econômica e política que atravessou nos anos 1990, a Rússia recuperou-se economicamente sob o governo Putin. E outra guerra fria, assim, recomeçou, uma vez que os EUA se empenham em implantar o full spectrum dominance [domínio de espectro total]. Na Ucrânia, um dos teatros onde as ONGs ocidentais impulsaram a cold revolutionary war em 2004-2005, a guerra fria reacendeu em 2013, uma vez que o governo recuou nas negociações para incorporar o país à União Europeia, o que podia abrir as portas para o estacionamento de tropas da OTAN dentro do seu território, conforme os EUA pretendem.
CC: Quais as ONGs vinculadas a Washington que mais se destacam na desestabilização de governos não-alinhados com os EUA?
MB: Essas ONGs, que promovem a política de export of democracy [exportação de democracia], são muito variadas, assumem nomes diferentes, embora os patrocinadores sejam virtualmente os mesmos: National Endowment for Democracy (NED), CIA e entidades civis, entre as quais Freedom House, a USAID [United States Agency for Cooperation International], o Open Society Institute (renomeado Open Society Foundations em 2011) do megainvestidor George Soros. Estas e outras organizações não-governamentais são uma fachada para promover mudança de governo sem que pareça golpe de Estado. Na Ucrânia, operam ONGs financiadas pela União Europeia.
CC: A crise na Ucrânia teria o mesmo peso e a mesma importância sem a cobertura dada pelas mídias locais e pela mídia mundial? Por quê?
MB: A Ucrânia é um país econômica e financeiramente muito debilitado. Seu governo, por diversos fatores e em distintas circunstâncias, cometeu muitos erros. E Washington trata de aproveitar as forças domésticas de oposição para fazer avançar seus interesses econômicos e geoestratégicos, através de ONGs financiadas pela NED, USAID, CIA e outras instituições públicas e privadas. Elas representam a mão invisível Washington nessas crises. Consciente ou inconscientemente, a mídia internacional serve como instrumento de psychological warfare [guerra psicológica], ao repetir e reproduzir como se tudo fossem demonstrações de massas e revoltas espontâneas. Isso vale particularmente para a BBC, a CNN e a Fox News. O fato é que o governo Obama continua a implementar uma estratégia para consolidar o full spectrum dominance estabelecido desde o  governo George H. W. Bush. No atual contexto, isto significa que não interessa a Washington que a Ucrânia integre a União Econômica Eurasiana promovida pela Rússia.
CC: É possível para governos de países como a Ucrânia resistir à ofensiva da "guerra fria revolucionária" patrocinada por Washington? Por quê?
MB: Tudo depende das circunstâncias. É difícil prever. Apesar da decadência, os EUA são e serão uma superpotência por muitas décadas, enquanto o dólar for a moeda de reserva internacional. Militarmente, sem dúvida, os EUA nunca seriam derrotados. Mas uma superpotência devedora, cuja dívida pública se iguala ou mesmo supera sua produção de bens e serviços, uma superpotência que depende das importações, inclusive de capitais de outros países, para financiar guerras, sem as quais sua indústria bélica e toda a cadeia produtiva de tecnologia podem quebrar, não poder sustentar indefinidamente um sistema assim. Um dia, certamente, entrará em colapso. Certamente não mais estarei vivo. Mas o Império Americano, como todos os impérios, perecerá.
CC: Que desfecho considera mais provável para a crise na Ucrânia?
MB: Grande parte da oposição na Ucrânia é composta por elementos notoriamente fascistas. Eles são muito bem armados, muito bem organizados militarmente em companhias, patrulham as ruas em grupos de combate de dez pessoas, com capacetes e armas, alguns usando capacetes da divisão SS Galicia [região no Oeste da Ucrânia], que lutou ao lado dos nazistas alemães contra os soviéticos entre 1943 e 1945. Eles pertencem ao partido Svoboda, chefiado por Oleg Tiagnibog, forte especialmente no leste da Galícia, reduto da extrema-direita. Os chamados "ativistas" e "democratas" que fomentaram as demonstrações pro-União Europeia pertencem, em larga medida, a comandos do Svoboda e de outras tendências neonazistas e não escondem suas tendências xenófobas, racistas, anti-semitas e contra a Rússia. E foram com eles que os senadores americanos John McCain e Christopher Murphy se misturaram nas demonstrações contra o governo Yanukovych, democraticamente eleito e derrubado por um golpe, sob os aplausos dos EUA e da União Europeia. É muito provável que tais grupos neonazistas intentem a captura do poder em Kiev. Porém será difícil submeter a Crimeia.
CC: A Rússia jogou tudo o que podia diplomática e politicamente na atual crise na Ucrânia?
MB: A Rússia não jogou todas as suas cartas. O presidente Putin, que se revela o maior estadista da atualidade, sabe muito bem como dispor e lançar as pedras no xadrez da política internacional. Formado na KGB e havendo servido durante muitos anos na Alemanha Oriental, principal teatro do conflito Leste-Oeste, conhece muito bem como funciona a guerra nas sombras. A Ucrânia continuará ainda como cenário da segunda guerra fria e certamente a Rússia não aceitará, passivamente, que se integre na União Europeia. Haverá negociações ou derramamento de sangue. Quem viver verá.

sexta-feira, 20 de março de 2015

O que é a CIA e a Historia da CIA ( em video ).

Neste artigo, vamos conhecer a história da CIA e os escândalos que a agitaram através das décadas. Vamos ver como a organização está estruturada, quem a supervisiona e que tipo de verificações e balanços acontecem. Também saberemos como os espiões fazem seus trabalhos.
CIA quer dizer Agência Central de Inteligência. Sua principal missão declarada é coletar, avaliar e distribuir inteligência estrangeira para assistir o presidente e os criadores de política sêniores do governo dos Estados Unidos na tomada de decisões sobre segurança nacional. A CIA também pode se engajar em ações secretas, a pedido do presidente. Ela não faz política. Não é permitido espionar as atividades domésticas dos americanos ou participar de assassinatos - apesar de já ter sido acusada de fazer os dois.

Foto cedida pela CIA
Como outros quadros do governo dos EUA, a CIA tem um sistema de verificação e equilíbrio. A CIA se reporta tanto ao poder executivo como ao poder legislativo. Durante a história da CIA, a quantidade de supervisão tem tido fluxo e refluxo. No lado executivo, a CIA deve responder a três grupos: ao Conselho de Segurança Nacional, ao Comitê Consultivo de Inteligência Estrangeira do Presidente e ao Comitê de Superintendência da Inteligência.
O Conselho de Segurança Nacional (NSC) é constituído pelo Presidente, Vice-Presidente, Secretário de Estado e Secretário de Defesa. "O NSC aconselha o Presidente sobre assuntos domésticos, estrangeiros e militares relacionados à segurança nacional e fornece orientação, revisão e direcionamento sobre como a CIA reune inteligência", de acordo com o site da CIA. O Comitê Consultivo de Inteligência Estrangeira do Presidente é composto de pessoas do setor privado que estudam quão bem a CIA vem atuando e a eficácia de sua estrutura. O Comitê de Superintendência da Inteligência deve assegurar que a coleta de informação seja feita adequadamente e que a reunião de todas essas informações seja legal.
No lado legislativo, a CIA trabalha primordialmente com o Comitê de Seleção Permanente da Câmara em Inteligência e Comitê de Seleção do Senado em Inteligência. Esses dois comitês, juntamente com os comitês de Relações Exteriores, de Negócios Exteriores e de Serviços Armados, autorizam e supervisionam os programas da CIA. Os comitês de verbas reservam fundos para a a CIA e para todas as atividades governamentais dos EUA.


Foto cedida pela CIA
Quartel General da CIA - o Centro George Bush para Inteligência em Langley, Virgínia


Falando de fundos, a verba da CIA é secreta e a agência tem permissão para manter seu pessoal, estrutura organizacional, salários e uma quantidade de funcionários em segredo sob um decreto de 1949. Veja o que nós sabemos: em 1997, a verba total para a inteligência do governo dos EUA e as atividades relacionadas à inteligência (das quais a CIA é uma parte) era de US$ 26,6 bilhões. Aquele foi o primeiro ano que o número foi levado a público. Em 1998, a verba era de US$ 26,7 bilhões. As verbas da inteligência para todos os outros anos continuaram confidenciais. No quadro de funcionários de linha de frente, a CIA emprega cerca de 20 mil pessoas.
História da CIA
Os Estados Unidos sempre estiveram engajados em atividades de inteligência estrangeira. A ação secreta ajudou os patriotas a vencerem a Guerra Revolucionária Americana (guerra pela independência). Mas as primeiras agências formais e organizadas não existiam antes dos anos 1880, quando o Escritório da Inteligência Naval e a Divisão de Inteligência Militar do Exército foram criados. Por volta da Primeira Guerra Mundial, a Divisão de Investigação (a precursora do FBI) assumiu as obrigações de reunir inteligência. A estrutura da inteligência continuou através de várias reestruturações. Por exemplo, o Escritório de Serviços Estratégicos, conhecido como OSS (Office of Strategic Services), foi estabelecido em 1942 e abolido em 1945.


Foto cedida pela Naval Historical Center
O U.S.S. Arizona, queimado após o bombardeio de Pearl Harbor. Esse ataque foi uma das maiores falhas da inteligência e contribuiu para a criação da CIA.


Após a Segunda Guerra Mundial, os líderes se empenharam em melhorar a inteligência nacional. O bombardeio de Pearl Harbor, que levou os Estados Unidos à Segunda Guerra Mundial, foi considerado a principal falha da inteligência.
Em 1947, o Presidente Harry Truman assinou o Ato de Segurança Nacional, que criou a CIA. O ato também criou o cargo de diretor de inteligência central, que teve três diferentes funções: principal conselheiro do presidente em questões de segurança, chefe de toda a comunidade de inteligência dos EUA e chefe da CIA, uma das agências dentro da comunidade de inteligência. Essa estrutura foi revista em 2004, com a Reforma da Inteligência e o Ato de Prevenção do Terrorismo, quando se criou o cargo de diretor da inteligência nacional para supervisionar a comunidade de inteligência. Agora, o diretor da CIA se reporta ao diretor da inteligência nacional.


Foto cedida pela Força Aérea dos EUA
General Michael V. Hayden, USAF, diretor da CIA a partir de 30 de maio de 2006


Dois anos depois, o Congresso aprovou o Ato da Agência Central de Inteligência, que permite à CIA manter suas verbas e funcionários secretos. Por muitos anos, a principal missão da agência era proteger os Estados Unidos contra o comunismo e a União Soviética durante a Guerra Fria. Atualmente, a agência tem um trabalho bem mais complexo: proteger os Estados Unidos das ameaças terroristas de todo o globo terrestre.
Estrutura da CIA
A CIA está dividida em quatro equipes diferentes, cada uma com suas responsabilidades:
Serviço Secreto Nacional (National Clandestine Service)
É nele que atuam os chamados "espiões". Os funcionários do NCS saem do país sob disfarce para coletar inteligência estrangeira. Eles recrutam agentes para coletar o que chamam de "inteligência humana". Que tipo de pessoa trabalha para o Serviço Secreto Nacional? Os funcionários do NCS geralmente são pessoas com bom nível educacional, que conhecem outros idiomas, gostam de trabalhar com pessoas de todo o mundo e podem se adaptar a qualquer situação, incluindo as perigosas. A maioria das pessoas, incluindo seus familiares e amigos, jamais vai saber exatamente o que os funcionários do Serviço Secreto fazem. Mais tarde, vamos ver como os espiões ficam encobertos e também conhecer alguns de seus equipamentos eletrônicos legais.
Diretório de Ciência e Tecnologia
As pessoas nessa equipe coletam inteligência pública ou de fonte aberta. A inteligência pública é a informação que aparece na TV, no rádio, em revistas ou em jornais. Eles também usam fotografia eletrônica e de satélite. Essa equipe atrai as pessoas que gostam de ciência e engenharia.
Diretório de Inteligência
Toda a informação reunida pelas duas equipes é entregue ao Diretório de Inteligência. Os membros dessa equipe interpretam a informação e fazem relatórios sobre ela. Os membros do Diretório de Inteligência devem ter excelentes habilidades analíticas e de escrita, estar confortáveis em apresentar informações para grupos e ter a capacidade de lidar com a pressão de prazos.
Diretório de Apoio
Essa equipe fornece apoio para o resto da organização e lida com coisas como contratação e treinamento. "O Diretório de Apoio atrai pessoas especialistas em um campo, como um artista ou funcionário de finanças, ou generalistas, com muitos talentos diferentes", de acordo com o site da CIA
Durante seus mais de 50 anos de história, a CIA tem sido criticada por seu envolvimento (ou falta de) em muitos acontecimentos controversos. Vamos dar uma olhada em alguns deles:
Irã - em 1953, uma ação bem-sucedida apoiada pela CIA expulsou o popular Primeiro-Ministro do Irã e restaurou o poder para o Xá. Agora, muitos historiadores consideram isso um erro, já que as regras repressivas do Xá do Irã levaram a uma revolução nos anos 1970. Após a revolução, os líderes antiamericanos chegaram ao poder.
Baía dos Porcos - em 1961, uma força paramilitar dos exilados cubanos, apoiados pela CIA, atacou a Baía dos Porcos, em Cuba. As forças cubanas esmagaram a invasão, fazendo com que ela terminasse rapidamente.
Watergate - em 1972, ex-oficiais da CIA, parte de um grupo que trabalhava para a campanha de reeleição do presidente Nixon, foram implicados na invasão do quartel-general do Comitê Nacional Democrático.
Jóias da família - após o caso Watergate, o diretor da CIA, James Schlesinger, prometeu descobrir se havia algum outro segredo perigoso na história da Agência. A investigação aborreceu muita gente. Entretanto, na época em que o relatório estava sendo compilado, Schlesinger foi transferido e se tornou secretário de Defesa. O novo chefe da CIA, William Colby, herdou um documento de 693 páginas conhecido como "jóias da família". O relatório afirmava que a agência tinha conspirado para assassinar Fidel Castro e outros líderes estrangeiros; espionado americanos, grampeando suas linhas telefônicas e lendo seus relatórios de impostos; e conduzido experimentos com LSD em pacientes humanos não voluntários. Colby acabou por recusar o relatório - uma tentativa de salvar a agência, afirmou ele mais tarde.
O caso Irã-Contras - vários membros da Administração Reagan violaram um embargo ajudando a vender armas para o Irã. Os procedimentos foram usados para fundar os Contras, um grupo guerrilheiro de direita na Nicarágua. Em 1986, o presidente Reagan afirmou que armas defensivas foram transferidas para o Irã. Mais tarde, a informação demonstrou que o diretor da CIA, William Casey, estava envolvido no escândalo.

Foto cedida pelo Departamento do Congresso
dos EUA/Escritório de Segurança
Um pôster de Conscientização de Segurança da CIA mostrando Aldrich Ames preso em sua cela

Aldrich Ames - esse agente da CIA passou nove anos como espião da KGB. Ele entregou os nomes de muitos espiões dos EUA trabalhando na União Soviética. A KGB pagou a Ames mais de US$ 2 milhões e manteve outros US$ 2 milhões destinados a ele em um banco de Moscou, o que o tornou o espião mais bem pago no mundo [ref (em inglês)]. Ames foi preso em 1994 e está cumprindo pena de prisão perpétua.
11 de setembro de 2001 - terroristas realizaram o maior ato terrorista em solo americano, e a CIA (juntamente com o resto da comunidade de inteligência) foi criticada por falhar em impedir os ataques. Parte dos problemas, disseram os críticos, é que as diferentes agências de inteligência não trabalham juntas. Desde então, a CIA reforçou seu programa de espionagem, treinando muitos novos oficiais. Também houve mudanças estruturais dentro da comunidade de inteligência geral para assegurar a cooperação entre as agências.
Valerie Plame Wilson - agente secreta da CIA, Plame Wilson foi publicamente exposta em 2003, que se desdobrou como grande escândalo em Washington. O escritor conservador Robert Novak a revelou em uma coluna de jornal. O resultado da investigação foi centralizado em quem informou o nome da agente para Novak. É crime revelar intencionalmente o disfarce de um agente da inteligência dos EUA. Uma investigação federal começou em setembro de 2003, e o ex-vice-chefe presidencial de funcionários, Lewis Libby, foi indiciado por mentir e obstruir investigações. A partir de maio de 2006, ninguém foi responsabilizado pela real divulgação de informações secretas.
Coisas de espião



Imagem cedida pela CIA
Cilindro de ponta


Imagem cedida pela CIA
Microcâmera


Imagem cedida pela CIA
Contêiner côncavo em moeda de prata


Cerca de um terço dos 20 mil funcionários da agência está disfarçado ou esteve, em algum momento de suas carreiras na CIA, de acordo com uma história do Los Angeles Times, que pesquisou como eles mantêm seus disfarces.
A maioria dos agentes no exterior está sob disfarce oficial, o que significa que eles se apresentam como funcionários de outras agências do governo, como o Departamento de Estado. Um número muito menor está não oficialmente disfarçado ou NOC. Isso significa que eles geralmente se apresentam como funcionários de corporações internacionais, funcionários de empresas falsas ou estudantes. Valerie Plame trabalhava como uma NOC, apresentando-se como funcionária de uma empresa Shell em Boston, a Brewster-Jennings. Ser NOC é mais perigoso do que ter um disfarce oficial, porque se os NOCs são pegos por um serviço de inteligência estrangeiro, não têm imunidade diplomática para se proteger de uma perseguição naquele país.
Em uma entrevista de jornal, uma fonte anônima disse que se apresentava como executivo de nível médio em uma corporação multinacional enquanto coletava inteligência fora do país por mais de uma década. Ele trabalhou por vários anos como consultor de negócios antes de se unir à agência, o que deu a ele um ótimo currículo para o programa NOC. Os executivos sêniores em seus empregos de disfarce estavam conscientes do  trabalho, mas seus colegas de trabalho do dia-a-dia não. Ele realizava normalmente as tarefas que qualquer um em seu trabalho de disfarce faria, mesmo trabalhando sob um contrato de US$ 2 milhões. Entretanto, freqüentemente, ele também passava três ou quatro noites por semana em reuniões secretas.
Há muitas lendas sobre as vidas de disfarce e de perigo que os espiões levam. Algumas delas são apenas isso, lendas. Por outro lado, os espiões através dos anos realmente usavam uma grande variedade de dispositivos eletrônicos e tecnologia para fazer seus trabalhos. Alguns agora estão expostos no Museu da CIA como relíquias. Alguns destaques do museu são:
o cilindro de ponta, um dispositivo secreto que foi usado desde o final dos anos 1960 para esconder dinheiro, mapas, documentos, microfilmes e outros itens. O cilindro de ponta é resistente à água e pode ser espetado no chão em um lugar raso, para ser recuperado depois;
a microcâmera Mark IV foi usada para passar documentos entre agentes de Berlim Oriental e Ocidental durante os anos 1950 e 1960. Os agentes tiravam fotos que eram do tamanho de cabeças de alfinetes e colavam-nas em cartas datilografadas. O agente que recebia a carta poderia então visualizar a imagem com a ajuda de um microscópio;
o contêiner côncavo em moeda de prata ainda é usado atualmente. Ele parece uma moeda de prata e pode ser usado para esconder mensagens ou filme;

Imagem cedida pela CIA
Um panfleto distribuído durante a Guerra do Golfo


os panfletos produzidos pela CIA, que eram distribuídos durante a Guerra do Golfo, avisando os civis de que os bombardeios estavam acontecendo e dando às unidades militares uma oportunidade para se entregar.
Apesar de a agência ter tido sua parte nas falhas e escândalos, o governo ainda depende muito da CIA para fornecer inteligência e para auxiliar na manutenção da segurança nacional. Embora o terrorismo seja o atual foco da CIA, os Estados Unidos sempre vão ter uma necessidade de contra-informação, espionagem e ações sob disfarce
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Como funciona a tecnologia stealth
Mais links interessantes (em inglês)
Agência Central de Inteligência
Sala de Leitura Eletrônica da CIA
The New York Times: artigos sobre a CIA
Arquivos de Segurança Nacional da Universidade George Washington
Fontes
CIA
http://www.cia.gov
Corral, Oscar. "Veteranos da Baía dos Porcos colocam suas perdas em perspectiva." Jornal Knight Ridder, 20 de abril de 2006.
Biblioteca do Crime
http://www.crimelibrary.com
Museu Internacional do Espião
http://www.spymuseum.org/index.asp
"Ironicamente, responsável pelos segredos da CIA expôs as 'Jóias da Família'." Houston Chronicle, 7 de maio de 1996.
Kinzer, Stephen. "Lição de História: Pare com a Intromissão." Los Angeles Times, 13 de maio de 2006.
Miller, Greg. "A nação; Sombras do disfarce." Los Angeles Times, 16 de julho de 2005.
Ranelagh, John. "A Agência: A Ascensão e Queda da CIA." Touchstone Books, 1987. ISBN 0671639943.
Rich, Motoko. "Valerie Plame procura um contrato para livro." New York Times, 4 de maio de 2006.
Squeo, Anne Marie. "Rove testemunha pela quinta vez diante do grande júri no caso da divulgação de informações secretas." Wall Street Journal, 27 de abril de 2006.
"Desmascarando os agentes disfarçados e o subseqüente perigo à segurança nacional." Rádio Pública Nacional, 21 de julho de 2005.
Weiner, Tim. "William E. Colby, chefe da CIA em uma época de motim." New York Times, 7 de maio de 1996.
Wolf, Julie. "Regan: o caso Irã-Contra." A Experiência Americana, PBS.org, 2000.
http://www.pbs.org/wgbh/amex/reagan/peopleevents/pande08.html
Yancey, Kitty Bean. "Uma imersão nas relações secretas no museu do espião." USA Today, 12 de julho de 2002.

Amigos o linck a seguir fala a respeito da historia da CIA . Um abrç a todos do amigo o Raylander.
https://m.youtube.com/watch?v=ljdhY2TqPKM