sexta-feira, 3 de abril de 2015

Nikita Khrushchov


Nikita Khrushchov
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Nikita Serguêievitch Khrushchev
Никита Сергеевич Хрущёв


Nikita Khrushchev em Viena.
Primeiro-Secretário do Partido Comunista da União Soviética
Período 14 de setembro de 1953
 a 14 de outubro de 1964
Antecessor(a) Josef Stalin
Sucessor(a) Leonid Brejnev
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Primeiro-ministro da União Soviética
Período 27 de março de 1958 a
14 de outubro de 1964
Antecessor(a) Nikolai Bulganin
Sucessor(a) Alexey Kosygin
Vida
Nascimento 15 de abril de 1894
 Kalinovka
Império Russo
Império Russo

Morte 11 de setembro de 1971 (77 anos)
Moscou, União Soviética
Dados pessoais
Partido Partido Comunista
Religião Ateísmo
Profissão Político, militar
Assinatura Assinatura de Nikita Khrushchov
Nikita Serguêievitch Khrushchov (também grafado Khrushchev ou Cruschev, em cirílico Никита Сергеевич Хрущёв, transl. Nikíta Syerguêievitch Khruchtchof; Kalinovka, Oblast de Kursk, 15 de abril de 1894 — Moscou, 11 de setembro de 1971) foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) entre 1953 e 1964 e líder político do mundo comunista até ser afastado do poder por sua perspectiva reformista e substituído na direção da URSS pelo político Leonid Brejnev.


Índice



BiografiaEditar
Khrushchov nasceu na pequena vila de Kalinovka, perto da cidade de Kursk, na então Rússia tsarista no fim do século XIX. Ainda criança, sua família mudou-se para a cidade de Donetsk, na Ucrânia, onde recebeu apenas dois anos de educação escolar; apesar de ser considerada uma criança inteligente, Nikita só receberia instrução completa já na casa dos vinte anos.
Em sua adolescência e juventude, trabalhou em fábricas e minas e após a revolução Bolchevique de 1917 integrou-se ao Exército Vermelho, tornando-se membro do Partido Comunista em 1918 passando a exercer diversas atividades políticas na Ucrânia, durante os anos 20.
Nos anos 1930, Khrushchev foi transferido para Moscou, continuando a exercer funções de comando dentro da burocracia governamental soviética e em 1939 entrou para o Politburo, o órgão máximo do Partido Comunista da URSS.
Durante a II Guerra Mundial, ficou famoso como comissário político (maior autoridade do Partido Comunista na região) de Josef Stalin durante a sangrenta Batalha de Stalingrado, que virou a sorte da guerra em favor da União Soviética, e após esse triunfo passou o resto do conflito como principal líder político no sul do país.



Khrushchev com Josef Stalin em 1936.
Com a morte de Josef Stalin em 1953, Khrushchev chegou ao poder como líder do PCUS, vencendo uma sangrenta disputa interna com políticos poderosos da era stalinista - como Gueórgui Malenkov, Lazar Kaganovitch, Viatcheslav Molotov e Nikolai Bulganin. A disputa culminou na prisão e execução de Laurenti Béria, o líder da temida NKVD - a polícia política da URSS - e Ministro do Interior.
Khrushchov iniciou uma série de reformas no país, priorizando a fabricação de bens de consumo para a população soviética ao invés da ênfase no desenvolvimento da indústria pesada.



Khrushchov e o então vice-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, debatendo sobre as diferenças entre capitalismo e comunismo em uma exposição de produtos estadounidenses (Moscou, julho de 1959). Este encontro informal ficou conhecido como o debate da cozinha.[1] [2]
Em 23 de fevereiro de 1956, durante o XX Congresso do PCUS, Khrushchev chocaria a nação e o mundo ao fazer seu famoso “discurso secreto”, no qual acusava Josef Stalin do crime de genocídio durante os grandes expurgos realizados nos anos 1930 na URSS e denunciava o culto da personalidade que o cercava.
Seu ato acabou afastando-o dos líderes soviéticos mais conservadores, mas ele acabou derrotando-os numa disputa interna que visava derrubá-lo do poder em 1957.
Em 1958, Khrushchev substituiu Nikolai Bulganin como primeiro-ministro da União Soviética. Ao se tornar o líder incontestado da URSS, teve condições para dar maior agilidade ao processo de implementação de suas reformas.
Khrushchev era um líder pouco diplomático, de instrução apenas básica, a quem faltavam entendimento e conhecimento da história e do mundo fora de suas fronteiras, apesar de reconhecidamente inteligente por seus adversários, dentro e fora da URSS. Ficou conhecido no período da Guerra Fria por suas atitudes anticonvencionais e grosseiras, famoso por interromper oradores de outros países em eventos internacionais para insultá-los e por suas atitudes insólitas como tirar os sapatos e batê-los na mesa de discussões durante sessões do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou brandir uma bota na cara do líder chinês Mao Tsé Tung ou ainda fazer comentários xenófobos e racistas sobre o povo búlgaro com o próprio premier da Bulgária.
Em 1959 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz. Neste mesmo ano, em visita aos EUA, um repórter anônimo perguntou-lhe: "O que o senhor fez durante a época de Stálin?" Sem conseguir identificar o autor da pergunta, Khrushchev respondeu:
“ Bem, fiz o mesmo que a pessoa que perguntou acabou de fazer. Fiquei de boca fechada.[3] ”
Conjuntamente com erros estratégicos, tanto na condução da economia agrícola soviética, como na derrota política sofrida frente aos Estados Unidos na crise dos mísseis de Cuba (1962), seu comportamento e suas atitudes humilhavam seus companheiros do Politburo e acabaram por causar sua queda.
Em 14 de outubro de 1964, Khrushchev foi apeado do poder na União Soviética por seus adversários do Politburo, acusado de erros políticos graves e desorganização da economia soviética, a principal acusação foi se meter em uma guerra armamentista iniciada pela invasão da Baía dos Porcos, cuja atribuição, segundo os soviéticos, foi única e exclusiva de John F. Kennedy, iniciando-se a chamada Guerra Fria. Khrushchev seria substituído por Leonid Brejnev, e passaria os restantes sete anos de sua vida em prisão domiciliar, até morrer em Moscou a 11 de setembro de 1971.
Encontra-se sepultado no Cemitério Novodevichy, Moscou na Rússia.[4]



Gamal Abdel Nasser (centro) e Khrushchev em maio de 1964.


Encontro de Fidel Castro com Khrushchev.


Khrushchev e John Kennedy cumprimentando-se (1961).

Principais ações políticasEditar
◾Criou, em 1955, o Pacto de Varsóvia, em resposta à criação da OTAN pelos Estados Unidos e países da Europa Ocidental.
◾Reconciliou-se com o líder comunista da Iugoslávia, Josip Broz Tito.
◾Ordenou a invasão da Hungria por tropas soviéticas, pondo fim à Revolução Húngara de 1956.
◾Foi o principal mentor da doutrina da coexistência pacífica entre a URSS e os Estados Unidos e seus aliados (ver: Détente).
◾Foi o responsável pelo afastamento da China de Mao Tsé Tung das relações com a URSS por manter conversações com os EUA e se recusar a ajudar o programa nuclear chinês.
◾Iniciou o programa espacial soviético, que levou ao espaço o Sputnik, em 1957, e o cosmonauta Yuri Gagarin, em 1961, alcançando a liderança inicial da corrida espacial, disputada com os estadounidenses.
◾Forneceu apoio político e militar ao Egito durante a Crise do Canal de Suez, em 1956.
◾Aprovou a construção do Muro de Berlim, em 1961, após a recusa do Oeste em aceitar seu ultimato para que Berlim Ocidental fosse incorporada ao restante da cidade e tornada área “livre e desmilitarizada”.
◾Chefe de Estado quando da Crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962, fez um acordo secreto com os EUA, trocando a retirada dos mísseis soviéticos de Cuba pela retirada dos mísseis norte-americanos da Turquia, em um tratado que muitos historiadores e analistas políticos consideram como uma das principais causas de sua desgraça junto aos demais dirigentes do Politburo soviético. Porém esse acordo evitou uma terceira guerra mundial.

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