terça-feira, 16 de outubro de 2012

Polícia analisará imagens de furto a caixa-forte para identificar quadrilha Bando invadiu transportadora de valores e levou R$ 14 milhões em SP. Vinte homens participaram da ação: um foi preso e três foram mortos.

A Polícia Civil de São Paulo vai analisar imagens gravadas por câmeras de segurança da Protege e de imóveis vizinhos para tentar identificar a quadrilha armada que usou galerias subterrâneas e um túnel para invadir a transportadora de valores e furtar quase R$ 14 milhões dos seus cofres durante a madrugada de domingo (14), em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. Os criminosos vestiam roupas de mergulho e transportaram o dinheiro em botes infláveis até o fundo falso de um ônibus de turismo. De 15 a 20 criminosos teriam participado da ação ao caixa-forte. Um homem foi preso, três acabaram mortos e os demais suspeitos fugiram num carro após trocarem tiros com os policiais militares. A equipe de segurança da empresa informou que avisou a PM após um alarme disparar. Procurado pelo G1, o estabelecimento alegou que os valores levados foram recuperados. A 5ª Delegacia de Patrimônio de Investigações de Roubos a Bancos (Disccpat) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apura quem são os demais membros do bando. Para isso, o delegado titular da Disccpat, Celso Valdir Marchiori, requisitou as gravações feitas pela Protege e pelas câmeras de monitoramento de imóveis vizinhos à transportadora. saiba mais Fotos mostram túnel e interior do cofre após roubo em transportadora Polícia retira mais de R$ 1 milhão em notas de galerias pluviais após roubo Delegacia procura quadrilha que levou R$ 14 milhões de caixa-forte As Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e o Comando de Operações Especiais (COE), grupos de elite da PM, informaram que prenderam o motorista do ônibus, Marcelo Adelino de Moura, de 36 anos. O suspeito já havia cumprido pena por roubo, assalto a carro-forte e falsidade ideológica. Os policiais militares também mataram outros dois suspeitos numa suposta troca de tiros: Marcos Oliveira Amaro, de 37, que tinha passagens por homicídio e roubo, e um outro homem ainda não identificado. O terceiro suspeito morto, Ricardo Pereira dos Santos, 36, foi atropelado pelo veículo usado pelo bando durante a tentativa de fuga. Ele já havia sido detido antes por três assassinatos, furto e tentativa de roubo. A ação Para chegar até a caixa-forte da Protege, o grupo criminoso colocou um ônibus com fundo falso sobre um bueiro, distante 130 metros da empresa, na Avenida Professor Alceu Maynard Araújo, por volta da 1h30 de domingo. Com roupas de mergulho, os bandidos saíram do veículo, abriram a tampa e entraram na galeria de água pluvial. Como há várias tubulações subterrâneas, o bando percorreu 250 metros até um trecho, sem ser notado, sob a Rua Laguna. A partir dali, escavou um túnel de 15 metros até a sala onde estavam mais de R$ 13,5 milhões. Para arrombar o piso, quebrar o concreto e a chapa de aço foram usadas ferramentas. Com máscaras para respirar, roupas de mergulho e uma corda para guiá-los na direção ao cofre, os criminosos usaram uma tinta em forma de spray nas lentes das câmeras de segurança da empresa assim que entraram no cofre para impedir que as imagens do furto fossem gravadas. Segundo a PM, cerca de 20 homens participaram da ação. Para não molhar as notas, os criminosos as colocaram dentro de sacos plásticos e as transportaram em botes infláveis pelo túnel e galerias até o bueiro por onde haviam entrado. A água estava acima da cintura dos ladrões. Dali, eles subiam com o dinheiro pelo fundo falso do ônibus até o interior do veículo, que não possuía bancos justamente para acomodar os sacos. Além dos botes, a polícia encontrou tambores de plástico cortados ao meio, que provavelmente foram usados na remoção de terra do túnel. Segundo a Protege, a segurança da empresa percebeu a invasão e acionou a PM. Câmeras de monitoramento teriam gravado a entrada da quadrilha. Ainda na madrugada de domingo, a Rota e COE foram até o local e surpreenderam a quadrilha quando ela deixava a empresa e entrava no ônibus. O motorista do ônibus tentou escapar com o veículo, arrancando com ele pelas ruas de Santo Amaro até bater em um poste, derrubando o semáforo da esquina das Avenidas João Carlos da Silva Borges e Professor Alceu Maynard Araújo. Depois, ele ficou dentro do ônibus e os policiais tentaram negociar sua rendição por cerca de duas horas. Como ele não se rendeu, a PM jogou uma bomba de gás lacrimogêneo no veículo. Ele não ficou ferido. Dois suspeitos foram mortos pela PM num tiroteio após revidarem os disparos. O outro suspeito pelo crime morreu atropelado pelo veículo quando tentava sair do bueiro e entrar pelo fundo falso. No ônibus usado pelos assaltantes, foram apreendidos um fuzil 556 com mira telescópica, uma pistola 9 milímetros, munição, alguns carregadores e dinheiro. Pelo fato de a operação envolver policiais militares e resultar em resistência à prisão seguida de morte, a conduta deles será investigada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), também da Polícia Civil, com o acompanhamento da Corregedoria da PM.

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