quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SP: policiais são acusados de executar suposto membro do PCC 17 de outubro de 2012 • 19h34 • atualizado às 19h44

Policiais militares são acusados de matar um suposto militante do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu em Araçatuba, no interior de São Paulo, onde o detento Luciano Luiz de Souza, 35 anos, foi morto com 11 tiros. Souza, que cumpria pena na Penitenciária de Valparaíso, estava na saída temporária do Dia das Crianças e tinha tatuado no peito números 15.3.3, que seriam referências às inicias da sigla PCC. A vítima morava na capital paulista e deveria retornar ao presídio na manhã desta quarta-feira. Por volta das 23h30 de ontem foi assassinado quando saía da casa da namorada, Maria José Ferreira, no Jardim Atlântico, periferia de Araçatuba. Maria José e uma filha dizem que Souza foi morto por três PMs fardados - um deles tenente -, que fizeram os disparos à queima-roupa. Segundo a advogada Vanila Gonçalves, o crime foi cometido na frente de Maria José, da filha mais velha dela, de 20 anos, e de outros quatro filhos menores de 18 anos. "Eles chegaram e foram atirando e mataram meu namorado na minha frente e dos meus filhos", afirmou Maria José. Segundo ela, o casal de preparava para sair de moto quando os PMs chegaram. "Possivelmente, os PMs estava escondidos num bosque nas proximidades e foram surpreendidos com a saída do casal e, por isso, chegaram atirando", diz a advogada. "As crianças estavam do lado de fora da casa", completou Maria José. "Possivelmente ele foi morto porque tem uma tatuagem que eles acharam que é do PCC", contou a advogada. Segundo ela, a tatuagem representa os símbolos do Yin e Yang. "Não tem qualquer relação com PCC", afirmou, acrescentando que o casal havia sido parado numa blitz na noite de sábado, quando os PMs observaram a tatuagem e levantaram a ficha de Souza. "Eles perguntaram onde ele estava hospedado e ela entregou o endereço. Na terça foram até lá", contou a advogada. Segundo ela, em 15 anos de prisão era a primeira vez que Souza gozava o benefício da saída temporária. Nesta quarta-feira, Maria José e sua filha mais velha fizeram o reconhecimento na Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Segundo o delegado Seccional de Araçatuba, Nelson Barbosa Filho, as duas reconheceram dois PMs, um deles tenente, como sendo os homens que participaram da execução. "Dez policiais, de duas equipes da Força Tática que trabalharam na noite de terça, participaram das sessões de reconhecimento e tiveram suas armas apreendidas", disse. Segundo ele, os PMs também passaram por exames residuográficos, cujos resultados devem sair em três dias. Os exames devem comprovar se algum deles fez uso da arma de fogo. O comando da Polícia Militar divulgou uma nota oficial. Segundo o comunicado, "foram adotadas diversas medidas de apuração dos fatos, inclusive com a oitiva formal das supostas testemunhas e a instauração de Inquérito Policial Militar". A PM informou que "todas as diversas medidas de apuração dos fatos" foram tomadas, inclusive com a oitiva formal das supostas testemunhas e instauração de Inquérito Policial Militar (IPM) e que "até o momento não há evidências de que a ação criminosa tenha sido praticada por Policiais Militares fardados".

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