sábado, 21 de fevereiro de 2015

Universidades e Trote universitário .

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http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Universidade
Mapa de Universidades medievais
Uma universidade é uma instituição pluridisciplinar de formação dos quadros de profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano.[1] Uma universidade provê educação tanto terciária (graduação) quanto quaternária (pós-graduação). Segundo Mazzari Júnior "as universidades gozam de autonomia para executar suas finalidades, em estrita observância ao texto constitucional, porém este direito não proíbe o Estado de verificar o uso desta prerrogativa nas atividades que lhes são próprias."[2]

HistóriaEditar
Dentro de uma visão eurocentrada e ocidentalizada, as primeiras universidades surgiram na Europa medieval, durante o renascimento do Século XII, a primeira delas seria a de Bolonha, no norte da Itália. Isso acontece no século XI, em 1088, quando o ensino da cidade se tornou livre e independente das escolas religiosas. A Universidade de Bolonha seria assim considerada em tal visão a mais antiga do Mundo e a primeira da História, não obstante conste no livro dos recordes Guinnes Book como realmente sendo a mais antiga e em atividade instituição do gênero, uma do continente africano, a Universidade de Karueein (ou Al Quaraouiyine) fundada em Fez, em Marrocos, no ano de 859. Também antecedeu Bolonha a Universidade de Al-Azhar, na Alexandria, no Egito, criada em 970.



A Universidade de Bolonha, fundada em 1088 e ainda em atividade, é a segunda universidade mais antiga do mundo. A primeira é a universidade é a de Karueein, Marrocos, fundada em 859. l[3]
Numa definição mais abrangente, o Guinnes Book cita ainda a escola de escribas sumerianos de É-Dub-ba criada por volta 3500 a.C., porém em uma visão mais próxima do conceito moderno, a Academia, fundada em 387 a.C. pelo filósofo grego Platão no bosque de Academos próximo a Atenas, pode ser entendida como a primeira universidade. Nela os estudantes aprendiam filosofia, matemática e ginástica. Não constituía, entretanto, realmente uma universidade, porquanto cada pensador fundava uma escola para repassar seus conhecimentos, não para debatê-los. Contudo só na Idade Média foi que as universidades ganharam corpo e foram estabelecidas pela Igreja Católica onde seus alunos aprendiam disciplinas relacionadas com a fé, como teologia, filosofia e idiomas.
As primeiras universidades da Europa foram fundadas na Itália e na França para o estudo de direito, medicina e teologia. Antes disso, instituições semelhantes existiam no mundo islâmico, sendo a mais famosa a do Cairo. Na Ásia, a instituição de ensino superior mais importante era a de Nalanda, em Bihar, Índia, onde viveu no século II o filósofo budista Nagarjuna, na África além das universidades islâmicas criadas antes do ano 1.000 a.C., outras foram criadas no período equivalente a idade média europeia, como a famosa Universidade de Tombuctu organizada em torno de três mesquitas no século 12 em Sankore, no atual Mali.
Na Europa rapazes encaminhavam-se à universidade após completar o estudo do trivium: as artes preparatórias da gramática, retórica e lógica ou dialética; e do quadrivium: aritmética, geometria, música e astronomia.[4] [5] [6] [7]
Universidades são normalmente instituídas por um estatuto ou carta. No Reino Unido, uma universidade é definida por uma carta real e apenas instituições com tal documento podem oferecer diplomas de quaisquer tipos.
Nas últimas décadas do século XX, um certo número de universidades com mais de 100 000 estudantes foi criado, ensinando através de técnicas de aprendizado a distância.

OrganizaçãoEditar
Apesar do modelo de organização variar de instituição para instituição, quase todas as universidades dispõem de alguns órgãos centrais comuns, como um reitor, chanceler ou presidente, um conselho de curadores, um senado universitário e decanos das várias unidades orgânicas. O provimento destes órgãos varia conforme o estatuto da instituição, indo desde a nomeação por uma autoridade superior à eleição pelos próprios membros da universidade.



Palácio das Escolas, sede da Universidade de Coimbra criada em 1288, sendo a mais antiga de Portugal.
As universidades públicas são tuteladas pelos governos nacionais ou locais, cuja interferência na administração interna de cada universidade pode ser maior ou menor, conforme o país, a região ou o próprio estatuto da instituição. Nalguns casos, as universidades são tuteladas diretamente pelo departamento governamental de educação ou ensino superior, mas noutros estados essa tutela pode ser delegada numa entidade independente, normalmente de natureza colegial. Os órgãos de tutela governamental são normalmente sempre responsáveis pela alocação de fundos públicos às universidades, pela acreditação das instituições e dos seus cursos superiores e pelo regime de graus conferidos. Para além da componente financeira, dependendo do grau de autonomia atribuído às universidades, os órgãos de tutela poderão ter interferência no sistema de acesso, na criação, alteração ou extinção de cursos superiores, na organização interna das instituições, nos seus planos estratégicos universitários e no regime do pessoal docente. Contudo, uma grande parte das universidades públicas dispõe de uma alargada autonomia financeira, pedagógica e científica.
As universidades privadas são financiadas principalmente por fundos privados, o que lhes dá maior independência em relação às políticas pública de ensino superior. As fontes de financiamento principal são normalmente as propinas pagas pelos seus alunos, mas também podem receber financiamento através de dádivas por filantropia, de pagamento de serviços prestados a entidades externas e mesmo de contribuições públicas.
As universidades têm uma organização interna baseada em unidades orgânicas de ensino e de investigação, onde se incluem faculdades, escolas, institutos, colégios e departamentos. Essas unidades dispõem de maior ou menor autonomia dentro da universidade, conforme a organização da mesma. No caso em que as suas unidades dispõem de uma grande autonomia, uma universidade pode constituir uma mera federação de escolas ou faculdades, agrupadas para efeitos meramente administrativos, eventualmente partilhando alguns recursos comuns. Muitas universidades deste tipo tiveram origem no agrupamento administrativo de escolas mais antigas, as quais, mesmo integradas numa instituição maior, mantiveram a sua identidade e parte da sua autonomia.
Sistemas universitários



Harvard, fundada em 1636, diversas vezes apontada como a melhor universidade do mundo.
Sobretudo nos EUA, mas também em alguns outros países, existe o conceito de sistema universitário o qual constitui uma organização de cúpula ou federação que agrupa com conjunto de universidade e outras insituições de ensino superior, normalmente distribuídas geograficamente por vários locais. Normalmente, existe um órgão central de administração coletiva do sistema, mas cada universidade constituinte do mesmo mantém a sua própria administração particular, com maior ou menor autonomia em relação ao orgão central. Os sistemas universitários tornaram-se bastante comuns nos EUA do pós-Segunda Guerra Mundial, de modo que quase todos os seus estados disõem de um ou mais destes sistemas, sob os quais se agrupam as suas universidades públicas, partilhando um nome, uma administração e alguns recursos comuns. Grande parte dos sistemas universitários são referidos como "universidade", sendo cada uma das universidades constituintes referida pelo nome do sistema, acrescido de uma designação particular (ex.: a Universidade da Califórnia é o sistema universitário público do Estado da Califórnia, que agrupa a Universidade da Califórnia, Los Angeles e a Universidade da Califórnia, Berkley, entre outras.).
Um sistema universitário não deve ser confundido com uma universidade de múltiplos campi. Um sistema universitário contém várias universidades, enquanto que uma universidade de múltiplos campi é uma única universidade cujas instalações se encontram espalhadas por dois ou mais campi. Conforme a política de imagem do sistemas universitários e das respectivas universidades constituintes, a associação de uma universidade ao sistema pode ser mais ou menos enfatizada.
Sistemas universitários segundo o modelo existente nos EUA existem em alguns outros países, mas são muito menos comuns. A designação "sistema universitário" é usada em outros países com diferentes sentidos, normalmente referindo-se ao conjunto de universidades existentes numa dada região ou na totalidade do país, mas que não dispõem de órgãos de administração comuns.

Universidades em vários paísesEditar
Brasil
No Brasil, a mais antiga instituição com o status de universidade foi a Universidade de Manaus, criada em 1909 e hoje chamada "Universidade Federal do Amazonas". Há outras instituições de ensino superior brasileiras mais antigas, porém não gozavam do status de universidade antes de 1909.



Vista da Cidade Universitária da Universidade de São Paulo.
O ensino superior no Brasil começou muito antes, ainda no período colonial, com a criação de escolas superiores especializadas, modeladas em escolas semelhantes existentes na Metrópole Portuguesa. Uma das primeiras foi a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, criada em 1792, no Rio de Janeiro, pela Rainha D. Maria I de Portugal, com o fim principal de formar oficiais técnicos e engenheiros militares. Considera-se esta Academia como sendo a primeira escola superior de engenharia das Américas e uma das primeiras do mundo, estando na origem remota dos atuais Instituto Militar de Engenharia e Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo o modelo português, a nenhuma destas escolas foi atribuído o status de universidade, o qual era reservado em todo o Império Português à Universidade de Coimbra (mesmo em Portugal, com excepção da Universidade de Évora, com existência breve, as diversas instituições de ensino superiores existentes fora de Coimbra só alcançaram o status de universidades em 1911). [8]
A falhada Inconfidência Mineira, entre as suas reclamações, pretendia também a implementação de uma universidade no Brasil.[9]
Com a vinda da Casa Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, o ensino superior no Brasil foi desenvolvido, com a criação de escolas e cursos adicionais no Rio de Janeiro e Salvador para formar profissionais destinados a atender, sobretudo, aos membros do Estado nacional. No entanto não havia ainda uma estrutura que se poderia chamar de universidade. [10]
Durante o Império, houve planos para criar uma universidade, a ser designada "Universidade Pedro II", mas não foram avante.
Em 2013, foi criada uma terceira categoria de universidade pelo financiamento: as comunitárias [11] . Assim sendo, desde então, existem instituições públicas, particulares e comunitárias.
As universidades no Brasil detêm autonomia para criar cursos, sem autorização do MEC.
No Brasil, para frequentar uma universidade, é obrigatório, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, concluir todos os níveis de ensino adequados às necessidades de todos os estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio,[12] .[13]
Portugal
A universidade portuguesa mais antiga é a Universidade de Coimbra, fundada inicialmente em Lisboa em 1290, sendo uma das 10 mais antigas da Europa em funcionamento contínuo.

Ver tambémEditar
◾Ensino
◾Pesquisa
◾Extensão universitária
◾Academia
◾Faculdade
◾Instituição de ensino superior
◾Iniciação científica
◾Graduação
◾Mestrado
◾Doutorado
◾Vestibular
◾Universidade Corporativa
◾Voluntariado universitário
Lista de universidades
◾Lista de universidades
◾Lista de universidades de Portugal
◾Lista de universidades brasileiras
◾Lista de universidades públicas brasileiras
◾Lista das 100 melhores universidades do mundo
◾Lista das universidades mais antigas do mundo
◾Universidade medieval
◾Universidade de Macau
◾Lista de disciplinas acadêmicas
◾Lista de universidades na África do Sul
◾Lista de universidades da Alemanha
◾Universidades da França
◾Lista de universidades de Israel
◾Lista de instituições de ensino superior do México
Outros tipos de instituições de ensino superior
◾Centro universitário
◾Faculdade
◾Instituto universitário

Referências
1. Segundo o Artigo 52 da LDB
2. in TRINDADE, André. (coord.) Direito Universitário e educação contemporânea. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.
3. A universidade mais antiga do mundo.
4. Abelson, P. (1965). The seven liberal arts; a study in mediæval culture. New York: Russell & Russell. Page 82.
5. Hyman, A., & Walsh, J. J. (1983). Philosophy in the Middle Ages: the Christian, Islamic, and Jewish traditions. Indianapolis: Hackett Pub. Co. Page 164.
6. Adler, Mortimer Jerome (2000). "Dialectic". Routledge. Page 4. ISBN 0-415-22550-7
7. Herbermann, C. G. (1913). The Catholic encyclopedia: an international work of reference on the constitution, doctrine, and history of the Catholic church. New York: The Encyclopedia press, inc. Page 760 - 764.
8. Universia - http://universidades.universia.com.br/universidades-brasil/historia-ensino-superior/.
9. Universia - http://universidades.universia.com.br/universidades-brasil/historia-ensino-superior/.
10. Universia - http://universidades.universia.com.br/universidades-brasil/historia-ensino-superior/.
11. Brasil. Lei 12.881, de 12 de novembro de 2013. Visitado em 20 de dezembro de 2013.
12. Sistema Educacional Brasileiro Dicionário Interativo da Educação Brasileira. Visitado em 13 de dezembro de 2009.
13. Discutindo Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro. Visitado em 13 de dezembro de 2009 .

Trote nos bixos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul aplicado em 2009
O trote estudantil (ou simplesmente trote) consiste num conjunto de atividades para marcar o ingresso de estudantes no ensino superior e, em algumas exceções, no Ensino Médio, geralmente no caso dos aprovados num processo seletivo, que podem ser leves ou graves.
Costuma ocorrer nos dias da denominada calourada, que acontecem no início de um semestre ou ano letivo, em escolas, faculdades e universidades pelos estudantes mais antigos, chamados de veteranos, nos recém-chegados, conhecidos como calouros ou "bixos". O trote também costuma acontecer na escola depois da calourada, principalmente nos calouros que não compareceram a ela. Algumas instituições, visando a acabar com a tradição do trote estudantil de fato, promovem uma variação mais saudável desse, o chamado trote solidário, um modo mais útil e menos agressivo de recepção a novos alunos.
E é frequente também, mesmo depois da época de calourada, trotes fora da instituição de ensino, principalmente em casas de república, lugar onde dormem juntos os alunos que vieram de outras cidades, uma vez nestes locais a escola ou universidade não tem controle e não pode emitir ocorrências ou realizar punições.
Analogamente ao trote estudantil brasileiro, existe em Portugal uma tradição iniciática similar denominada de praxe acadêmica. Mais antiga e extensiva que sua congênere tupiniquim, a praxe portuguesa tem sido tema de grandes polêmicas nas últimas décadas, contrapondo aqueles que a reconhecem como uma rica tradição cultural de relevância histórica e natureza integradora aos que enfatizam seu caráter degradante e por vezes excludente.


Índice







Etimologia da palavraEditar
A palavra "trote" possui correspondentes em vários idiomas, como trote (espanhol), trotto (italiano), trot (francês), trot (inglês) e trotten (alemão). Em todos estes idiomas, e também em português, o termo se refere a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, uma andadura que se situa entre o passo (mais lento) e o galope (mais rápido). Todavia, deve ser lembrado que o trote não é uma andadura normal e habitual do cavalo, mas algo que deve ser ensinado a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma, o calouro é encarado pelo veterano como algo (mais que um animal, mas menos que um ser humano) que deve ser domesticado pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias; em suma, o calouro deve "aprender a trotar".
Da mesma forma, denominar o calouro de bixo (ou bixete, se for mulher), parece querer indicar "que o calouro deve ser humilhado a ponto de nem mesmo merecer que a palavra bicho seja escrita corretamente." (Zuin, 2002, p. 44).

Origens do troteEditar
O trote estudantil não é uma exclusividade brasileira, muito menos foi inventado no Brasil. Seu histórico pode ser traçado a partir do começo das primeiras universidades, na Europa da Idade Média (Vasconcelos, 1993, p. 13). Nestas instituições, surgiu o hábito de separar veteranos e calouros, aos quais não era permitido assistirem as aulas no interior das respectivas salas, mas apenas em seus vestíbulos (de onde veio o termo "vestibulando" para designar estes novatos). Por razões profiláticas, os calouros tinham as cabeças raspadas e suas roupas muitas vezes eram queimadas.[1]
Todavia, já no século XIV, as preocupações com a higiene haviam se transformado em rituais aviltantes, com nítida conotação sadomasoquista. Isto é observado nas universidades de Bolonha, Paris e, principalmente, Heidelberg, onde os calouros, reclassificados como "feras" pelos veteranos, tinham pelos e cabelos arrancados, e eram obrigados a beber urina e a comer excrementos antes de serem declarados "domesticados".
Em Portugal, os trotes violentos (como o notório "Canelão") podem ser rastreados a partir do século XVIII na Universidade de Coimbra. Não por coincidência, estudantes da elite brasileira que por lá realizaram parte de seu processo educativo, trouxeram a "novidade" para o território nacional (Zuin, 2002, p. 31). Em decorrência disso, surgiram desavenças entre veteranos e calouros que culminaram com a morte, em 1831, de um estudante da faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco – seria a primeira, mas lamentavelmente não a última vítima de um trote violento no Brasil.

O trote como rito de passagemEditar
Segundo Van Gennep, criador do conceito, os ritos de passagem podem ser classificados em três grupos principais:
◾Separação (funerais etc.)
◾Agregação (casamento etc.)
◾Margem (iniciação etc.)
Conforme indica, "as fronteiras entre tais ritos não são estanques, e sim dinâmicas; um comumente, implica um outro" (Van Gennep, 1978, p. 31). Portanto, do ponto de vista da antropologia cultural, o trote se classifica como um rito de passagem de margem e permite que sejam extraídas quatro conclusões preliminares (Vasconcelos, 1993, p. 14-15):
1.O trote é um cerimonial que está entranhado no seio da cultura acadêmica;
2.O caráter iniciático do trote é confirmado por todos os seus participantes;
3.O trote representa um ritual de violência e agressão contra o calouro;
4.O trote é um rito de passagem às avessas, representando uma prática oposta aos valores humanistas da universidade.

Trotes violentosEditar
Ver artigo principal: Trote (abuso)
◾Em 1980, Carlos Alberto de Souza, de 20 anos, calouro do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (SP), morreu de traumatismo cranioencefálico, resultante das agressões praticadas por estudantes veteranos.[2]
◾Em 1990, George Mattos, de 23 anos, calouro do curso de Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (GO), morreu de uma parada cardíaca quando tentava fugir de veteranos que iam lhe aplicar um trote.[3]
◾Em 22 de fevereiro de 1999, o estudante Edison Tsung Chi Hsueh tornou-se conhecido quando foi vítima de trote com consequências fatais. Esse calouro de família taiwanesa, aprovado na Faculdade de Medicina da USP, faleceu nesta data, afogado em uma piscina.[4]
◾Em 10 de fevereiro de 2009, o calouro Bruno César Ferreira, de 21 anos ia começar o curso de veterinária da Faculdade Anhanguera, em Leme, interior de São Paulo. Além de ser obrigado a ingerir bebidas, e ter entrado em coma alcoólico, o calouro também teve de rolar em uma lona com animais mortos e fezes em decomposição. "Eles esfregaram na gente. Fizeram a gente rolar numa lona com aquilo e ingerir pinga", conta ele.[5]
◾Em 2009, o aluno Vitor Vicente de Macedo Silva, 22 anos, do Departamento de Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro morreu afogado numa piscina de saltos ornamentais (9 m de profundidade). Segundo se suspeita, ele teria sido forçado a entrar na piscina mesmo sem saber nadar, isso porque Vítor tinha sido admitido no alojamento há pouco tempo.
◾Em 2010, estudantes da Unicastelo, em Fernandópolis, foram obrigados a fumar, tirar as roupas íntimas, pedir dinheiro em semáforos e até beber álcool combustível[6] [7] . No mesmo período, na Escola Superior de Propaganda e Marketing, também em São Paulo, um estudante foi agredido, e teve ossos do nariz e do rosto quebrados[8] .

RepresáliasEditar
Ao calouro que se recusar a participar das atividades, são endereçadas várias represálias: agressões, bullying e ser - em casos extremos dentro de certas escolas - considerado bixo eterno.
Também são considerados bixo eterno, aqueles que se destoam do grupo. Em sites de relacionamento por exemplo, trollando e atrapalhando conversa e debates importantes.
O bixo eterno é assim chamado porque jamais alcançará o status de veterano, por não ter aceitado se submeter à vontade dos veteranos. Portanto, se ele aparecer no primeiro dia de aula, mesmo já não sendo mais novato, será tratado como calouro.
Existem ainda casos de represália por parte dos calouros, que algumas vezes reagem violentamente ou ameaçam os veteranos que tentam subjugá-los. Alguns calouros, por exemplo, no primeiro dia de aula, apresentam-se em suas faculdades com roupas nas quais se encontram símbolos que poderiam impor respeito e/ou medo aos veteranos (símbolos de artes marciais, forças armadas ou policiais, gangues, etc.), de forma a convencer que aplicar o trote nele não é uma boa ideia. Obviamente, o calouro pode ter pertencido ou pertencer a um desses grupos, mas ele pode estar mentindo, o que, uma vez descoberta a mentira, pode piorar sua situação com os veteranos.

PrevençãoEditar
Os calouros, sabendo que serão vítimas do trote, tomam atitudes de forma a evitá-lo. Alguns, por exemplo, só começam a estudar depois de algumas semanas, ainda que isto lhes prejudique os estudos.
Parte das instituições de ensino baniu o trote ou o substituiu pelo trote solidário (também chamado de trote cidadão em algumas partes do Brasil), no qual o calouro doa sangue, planta árvores ou faz trabalho comunitário, conhecendo a forma de vida de alguma comunidade carente na cidade onde está a instituição.
Também é comum algumas escolas formarem salva-calouros, veteranos fiscais que se voluntariam para controlar o nível dos trotes.
Ainda assim, a melhor forma de evitar o trote é não submeter-se a ele. Se o calouro perceber que o nível do trote está ameaçando sua saúde física e/ou mental, ele deve imediatamente, a qualquer custo, retirar-se das atividades de trote e, se assim for de acordo com sua vontade, reportar a um responsável a ocorrência de tal atividade, uma vez que hoje a maioria das instituições de ensino superior no Brasil existem departamentos para coibir atividades de trote que estejam prejudicando os calouros.
A Universidade de São Paulo (USP) tem, por sua vez, um serviço de atendimento ao calouro, no qual este pode reportar um trote violento e/ou abusivo, o chamado Disque-Trote[9] .

O "trote solidário"Editar
Nos últimos anos, mortes provocadas por trotes violentos levaram a uma condenação formal deste tipo de ritual. As instituições de ensino tentaram eliminar ou amenizar sua prática, através do endosso mais ou menos tácito ao chamado "trote solidário". São assim denominadas as atividades assistencialistas, organizadas geralmente pelos centros acadêmicos, e que envolvem a coleta de alimentos não-perecíveis e roupas, doados posteriormente para creches, asilos e orfanatos, bem como campanhas de doação de sangue para hospitais e centros de saúde.
Todavia, a versão "amena" da antiga prática, que mistura cabeças raspadas, pintura corporal, "pedágios" e "aulas-trote" (em que um veterano se faz passar por um professor tirano), parece ter o objetivo implícito de perpetuar o sadomasoquismo pedagógico perante a sociedade, sociedade esta que parece muito mais preocupada com o espetáculo do que com a violência, e tolera a violência ritual praticada regularmente contra os jovens como um símbolo do sucesso daqueles que foram aprovados no vestibular.

Fim do status de calouroEditar
Em algumas escolas em que cada etapa tem um ano de duração, a data a partir da qual o calouro deixa de ser considerado como tal costuma ser 13 de maio, referência à data na qual a Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil, em 1888. Geralmente são feitas festas para comemorar a libertação dos bixos, às vezes com mais trotes.
O comum é o estudante deixar de ser calouro depois de ter passado de sua primeira etapa (série, módulo, ano ou semestre). Quase sempre, se o aluno repete a primeira etapa, ele continua sendo calouro.
Para os alunos que entram de transferência (que costumam entrar depois da primeira etapa, por já tê-la feito em outra instituição), o status é ambíguo.

BibliografiaEditar
◾MATTOSO, G. O calvário dos carecas: a história do trote estudantil. São Paulo, EMW, 1985.
◾VAN GENNEP, A. Os ritos de passagem. Petrópolis, Vozes, 1978.
◾VASCONCELOS, Paulo Denisar. A violência no escárnio do trote tradicional. Santa Maria, UFSM, 1993.
◾ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O trote na universidade-Passagens de um rito de iniciação. Cortez, São Paulo, 2002)
◾ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O Trote no Curso de Pedagogia e a Prazerosa Integração Sadomasoquista. Educ. Soc. [online]. Agosto 2002, vol.23, no.79, p. 243-254. Disponível na World Wide Web: Scielo. ISSN 01017330.

Referências
1. Marina Dias (09-02-2009). A origem medieval do trote universitário Veja (revista). Visitado em 09-02-2014.
2. Revista Época, Séculos de violência no campus, reportagem de 10 de maio de 1999 [em linha]
3. Marília News, Conferência em Marília discute o ‘trote’ como ato solidário (2009) [em linha]
4. Reportagem da Revista Veja sobre o assassinato de Edison Tsung Chi Hsueh
5. Calouro é vítima de trote violento no interior de SP.
6. http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/02/02/alunas-dizem-policia-que-foram-obrigadas-tirar-calcinha-durante-trote-em-fernandopolis-em-sp-915765841.asp
7. http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4242664-EI5030,00-Mais+alunas+afirmam+ter+bebido+combustivel+em+trote+em+SP.html
8. http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1473897-5605,00-CALOURO+E+AGREDIDO+E+VAI+PARAR+NO+HOSPITAL+NO+DIA+DE+AULA+NA+ESPM+EM+SP.html
9. USP se prepara para receber os novos alunos (4 de fevereiro de 2015). Visitado em 19 de fevereiro de 2015.

Ver tambémEditar
◾Calourada
◾Praxe académica (Portugal)
◾Bullying
◾Assédio moral
◾Abuso de poder
◾Discriminação
◾Preconceito social
◾Cyberbullying
◾Preconceito

Ligações externasEditar
◾Antitrote
◾World Corporal Punishment Research (em inglês) Punição corporal como iniciação.
◾Artigo: Trote universitário favorece lógica de opressão social .
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Trote_estudantil

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