segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A historia do FBI


O nome FBI
26 de julho de 1908 - criado sem nome específico; referido como Força de Agentes Especiais;
16 de março de 1909 - Agência de Investigação;
01 julho de 1932 - Agência de Investigação Norte-americana;
10 de agosto de 1933 - Divisão de Investigação -a Divisão também incluía a Agência de Proibição;
01 de julho de 1935 - Agência Federal de Investigação - FBI.

O Departamento de Justiça sempre teve autoridade para investigar crimes federais, porém nem sempre teve como fazê-lo. No século 19, agências governamentais geralmente contratavam empresas de detetives particulares como a Pinkerton para a investigação de crimes [ref]. Em 1908, vendas ilegais de propriedades no oeste dos Estados Unidos irritaram o presidente Theodore Roosevelt, que autorizou o Procurador Geral da Justiça, Charles J. Bonaparte, a criar uma pequena agência de detetives para investigar estes crimes. Em 1909, lhes foi dado um nome oficial: Agência de Investigação.
Inicialmente, pouquíssimos crimes ficavam sob a jurisdição da Agência: fraude de terras, fraude em bancos nacionais e criminosos que descumpriram as leis estaduais que estavam sob a jurisdição da Agência. Na década seguinte, novas leis expandiram o âmbito do governo federal para investigar crimes nacionais e também aumentaram o número de agentes. Durante a Primeira Guerra Mundial, os agentes se concentraram no impedimento de atos de espionagem e sabotagem, e a serem mais rígidos com homens que não se alistavam. Nos anos 20, havia mais de 300 agentes e 300 funcionários no pessoal de suporte, trabalhando em um crescente número de escritórios locais [ref] (em inglês).
Até o começo dos anos 20, agentes não profissionais que não eram devidamente treinados e não qualificados para seus cargos atrapalhavam as operações da Agência de Investigação. A política era uma forte influência e os agentes podiam facilmente ser subornados para que fizessem vista grossa. Algumas vezes, agentes coletaram informações incriminadoras para desacreditar oponentes políticos [ref]. Tudo isso começou a mudar em 1924, quando o Procurador Geral da Justiça, Harlan Fiske Stone promoveu o diretor assistente de 29 anos, J. Edgar Hoover, ao cargo de diretor da Agência. Hoover imediatamente começou revisando procedimentos e registros de agentes. Ele pessoalmente revisou todos os arquivos de agentes e ficou impressionado com a quantidade de agentes que faziam parte do quadro de funcionários simplesmente por causa de vínculos e favores políticos. Em poucos meses, ele demitiu mais de cem pessoas [ref]. A partir daí, Hoover elevou os padrões de contratação de novos agentes, exigindo que tivessem nível superior e experiência policial. Ele criou normas e regulamentos para a conduta de agentes e procedimentos investigativos, garantindo que as operações da Agência fossem uniformes em toda a nação. Como disse Hoover: "Todos deveríamos estar interessados em apenas um objetivo - a erradicação do crime".
Hoover também foi responsável por muitas reformas no campo de investigação criminal. Ele criou o Laboratório Criminal do FBI (em inglês), em 1932, e inaugurou uma academia de treinamento em 1935, mesmo ano que a Agência passou a ser Agência Federal de Investigação. Esta academia treinou agentes do FBI bem como diversos policiais estaduais e municipais. Outra inovação de Hoover foi a lista dos dez mais procurados. Criada em 1950, fornecia fotos e informações dos dez fugitivos (sem uma ordem específica) mais procurados pelo FBI, colocada em lugares públicos, como agências docorreio. Em 2002, 458 pessoas foram incluídas nesta lista e 429 foram capturados. Atualmente, a lista dos dez mais procurados está disponível online.
Ao longo da Segunda Guerra Mundial e na Guerra Fria, o FBI continuou a aceitar novas tarefas sob liderança de Hoover. A Agência investigou espiões alemães e japoneses durante a guerra e comunistas nos anos pós-guerra. As prioridades do FBI mudaram mais uma vez após os ataques de 11 de setembro; agora, antiterrorismo é a maior prioridade. A Agência rastreia terroristas conhecidos e colabora com outras agências, como a CIA, e agências policiais e de inteligência de outros países para coletar informações. Ao contrário de outras agências governamentais, o FBI não foi incluído no Departamento de Segurança Interna - ele continua a operar junto ao Departamento de Justiça.
J. Edgar Hoover


Imagem cortesia Divisão de Impressões Digitais e Fotografias da Biblioteca do Congresso
J. Edgar Hoover em 1961


O Diretor do FBI, J. Edgar Hoover, acumulou muito poder político durante seu mandato - boa parte dele usando o FBI para intimidar e coletar informações incriminadoras sobre seus oponentes. Em sua exposição sobre corrupção no FBI, A Agência, o autor Diarmuid Jeffreys escreveu que o diretor, Hoover, detalhou informações sobre hábitos sexuais, detalhes da carreira política e aspectos da vida financeira de políticos e pessoas poderosas e famosas e que usou esta informação para obter, através de chantagem, poder pessoal e influência. Hoover permaneceu em seu cargo como diretor do FBI até sua morte, ainda que diversos presidentes tenham pensado em demiti-lo.
Após a morte de Hoover, em 1972, alguns de seus arquivos pessoais foram transferidos ao ex-agente Mark Felt, que mais tarde foi revelado como "Garganta Profunda" no escândalo Watergate. Os arquivos continham fofocas sobre apresentadores, cartas intimidadoras para Martin Luther King Jr., alegações de que certos políticos eram homossexuais e documentação de escutas ilegais do FBI [ref]. A operação controversa (e ilegal) COINTELPRO de Hoover tinha como alvo os supostos grupos radicais que protestavam contra a Guerra do Vietnã ou trabalhavam em prol dos direitos civis, juntamente com outros grupos que promoviam a queda violenta do governo.
Algumas vezes, a orientação de Hoover para prisão de subversivos nos Estados Unidos era pura paranóia. Em uma entrevista a uma revista em 1966, ele proclamou que os americanos estavam sendo ameaçados por "um novo tipo de conspiração - conspiração que é extremamente sutil e indireta e que dificulta o entendimento, refletida por modos e atitudes questionáveis, por individualismo descontrolado, por inconformismo no modo de se vestir e falar, ou mesmo por linguagem obscena, ao invés de por associação formal com organizações específicas".
Em vida ou após sua morte, rumores persistentes sugeriam que Hoover era homossexual, e que as provas sobre sua orientaçãoi sexual estavam nas mãos da Máfia, mas nenhuma evidência destas alegações foi encontrada.
Conheceremos a seguir alguns métodos investigativos e ferramentas utilizadas pelo FBI.

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